Prestes a encerrar o vínculo pelos serviços no setor de saúde ao fim deste mês, a FUABC (Fundação do ABC) já encaminhou ao governo do prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), a proposta de repactuação do contrato pela manutenção das atividades na cidade. O novo valor seria reduzido de R$ 15 milhões mensais, que geram mais de R$ 180 milhões de despesas ao ano, para R$ 12 milhões, soma de R$ 144 milhões em quantias globais.
Atualmente, a FUABC administra o Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini e oferece a mão de obra a 23 UBSs (unidades básicas de saúde), três UPAs (unidades de pronto atendimento) e outros serviços, por meio de contrato assinado em março de 2015, pelo ex-prefeito Donisete Braga (PT). Pelo convênio, a Prefeitura de Mauá e a organização podem prorrogar o vínculo por 60 meses, portanto, até 2021.
Presidente da FUABC, Carlos Maciel confirmou que um novo aditamento é iminente. “O acerto está bem encaminhado. Já discutimos a nova formatação (de gestão) ao Nardini e ao restante da rede. As condições já foram destinadas ao prefeito para analisar ou até fazer sugestões. O valor será menor e funcionará de acordo com a situação do município. Estimo que caia em R$ 12 milhões por mês”, disse.
Maciel não soube explicar, porém, como estão as tratativas sobre a dívida do governo com a FUABC. A instituição chegou a reivindicar o pagamento de R$ 123 milhões de débitos atrasados, enquanto Atila declarou, em dezembro, que o montante não passava de R$ 38 milhões. Mesmo assim, a tendência é que ambas as partes cheguem a um valor em comum, até para não haver empecilhos ao aditamento.
Outro imbróglio é as demissões promovidas unilateralmente por Atila a ex-funcionários da FUABC, que até o fim do ano passado esperavam por pagamentos de rescisões trabalhistas. Indagado sobre a situação, Maciel não aprofundou sobre o cenário. “Normalmente, quando ocorrem as audiências, se fazem o acordo”, apenas resumiu.
No ano passado ao RD, a entidade afirmou que tinha 2.092 funcionários ativos nos serviços de Saúde em Mauá. Ainda de acordo com a instituição, de janeiro até outubro de 2017, foram promovidas 516 demissões, sem o aval da terceirizada. Segundo estimativa do governo, o acúmulo dos débitos trabalhistas chegou a R$ 3 milhões.