A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo alerta os paulistas ainda não vacinados contra febre amarela e residentes nas 54 cidades abrangidas pela campanha para que procurem os postos no decorrer da próxima semana. O encerramento está previsto para o dia 17 de fevereiro, com um “Dia D”, quando as unidades funcionarão em esquema especial.
Moradores ou visitantes de algumas cidades também poderão aproveitar o feriado de Carnaval para se vacinar. Cada município é responsável por definir seu cronograma e, portanto, a orientação é que o cidadão verifique a possibilidade na própria cidade.
Na região do ABC, o município de São Bernardo ofertará a vacinação em 29 escolas, das 8h às 17h, entre sábado e quarta-feira, além de nove UPAs, que funcionarão 24 horas até o dia 17 de fevereiro.
Desde 25 de janeiro, data de início da campanha, até o momento, 2.697.267 paulistas foram imunizados. Desse total, 2.597.410 paulistas receberam a dose fracionada, que representa 96,3% do público imunizado. Outras 99.857 receberam a dose padrão, destinada a grupos específicos (mais informações abaixo).
Os 53 municípios e distritos da cidade de São Paulo foram definidos por critérios epidemiológicos após análises técnicas e de campo feitas pelo CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica/Divisão de Zoonoses) e Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) em locais de concentração de mata.
“Seguimos atuando, com apoio dos municípios, para garantir a proteção da população contra febre amarela. A campanha vai até o dia 17 e é fundamental que as pessoas procurem os postos para se vacinar”, afirma a diretora de Imunização da Secretaria, Helena Sato.
Dose Fracionada
A campanha está sendo realizada com dose fracionada da vacina, conforme diretriz do Ministério da Saúde. O frasco convencionalmente utilizado na rede pública poderá ser subdividido em até cinco partes, sendo aplicado assim 0,1 mL da vacina. Estudos evidenciam que a vacina fracionada tem eficácia comprovada de pelo menos oito anos. Estudos em andamento continuarão a avaliar a proteção posterior a esse período. As carteiras de vacinação terão um selo especial para informar que a dose aplicada foi a fracionada.
A meta é vacinar 9,2 milhões de paulistas. Cerca de 6,9 milhões de doses da vacina fracionada serão disponibilizadas para as pessoas ainda não imunizadas que residem nos locais definidos pela campanha. A campanha também prevê a oferta de 2,3 milhões de doses padrão, que serão disponibilizadas para crianças com idade entre nove meses e dois anos incompletos, pessoas que viajarão para países com exigência da vacina e grávidas residentes em áreas de risco.
Deverão consultar o médico sobre a necessidade da vacina os portadores de HIV positivo, pacientes com tratamento quimioterápico concluído, transplantados, hemofílicos ou pessoas com doenças do sangue e de doença falciforme.
Não há indicação de imunização para grávidas que morem em locais sem recomendação para vacina, mulheres amamentando crianças com até 6 meses e imunodeprimidos, como pacientes em tratamento quimioterápico, radioterápico ou com corticoides em doses elevadas (como por exemplo Lúpus e Artrite Reumatoide). Em caso de dúvida, é fundamental consultar o médico.
Desde o início de 2016 a Secretaria intensificou as ações de enfrentamento da febre amarela no Estado, por meio de monitoramento dos corredores ecológicos, vigilância epidemiológica e vacinação. Somente em 2017 foram imunizadas no Estado 7 milhões de pessoas, o que representa praticamente o dobro do número de doses aplicadas nos dez anos anteriores. As áreas com indicação da vacina foram gradativamente ampliadas, a partir do monitoramento dos corredores ecológicos, abrangendo atualmente 575 dos 645 municípios paulistas.
Com relação aos casos relacionados à doença, desde 2017, 56,4% das infecções por febre amarela foram contraídas em Mairiporã, 15,8% em Atibaia e 2,7% em Amparo.
Essas três cidades respondem por três quartos dos casos de febre amarela silvestre no Estado, e já têm ações de vacinação em curso desde o ano passado.
Além disso, o número de cidades classificadas como locais prováveis de infecção da doença (34) representam 5% do total de municípios existentes no estado de São Paulo.
De 2017 até o momento houve 186 casos autóctones de febre amarela silvestre confirmados no Estado e 65 deles evoluíram para óbitos (confira na tabela abaixo). Entre os óbitos, está um morador de Minas Gerais e outro de Santa Catarina, ambos infectados em Mairiporã, e um morador do Rio de Janeiro infectado em Atibaia.
Não há casos de febre amarela urbana no Brasil desde 1942.
Município de Infecção | Caso | Óbito |
n | n | |
AGUAS DA PRATA | 2 | – |
AMERICO BRASILIENSE | 2 | 1 |
AMPARO | 5 | 3 |
ARUJÁ | 1 | 1 |
ATIBAIA** | 29 | 12 |
ATIBAIA/APARECIDA | 1 | – |
BATATAIS | 1 | 1 |
BRAGANÇA PAULISTA | 2 | 1 |
CAIEIRAS | 3 | 1 |
CAMPINAS | 1 | – |
COTIA/ITAPIRA | 1 | 1 |
ESPIRITO SANTO DO PINHAL | 2 | 2 |
FRANCISCO MORATO | 1 | 1 |
FRANCO DA ROCHA | 3 | 1 |
IBIUNA | 1 | 1 |
ITANHAEM | 1 | 1 |
ITATIBA | 2 | 1 |
ITAPECERICA DA SERRA | 1 | 1 |
JARINU | 2 | 1 |
JUNDIAÍ | 1 | – |
MAIRIPORÃ* | 105 | 27 |
MAIRIPORÃ/ITAPECERICA DA SERRA | 1 | – |
MOCOCA/CASSIA DO COQUEIROS | 1 | – |
MONTE ALEGRE DO SUL | 4 | 1 |
MONTE ALEGRE DO SUL E AMPARO | 1 | 1 |
NAZARÉ PAULISTA | 5 | 3 |
PIEDADE | 1 | 1 |
SANTA CRUZ DO RIO PARDO | 1 | – |
SANTA LUCIA | 1 | 1 |
SÃO BERNARDO DO CAMPO | 1 | – |
SÃO JOÃO DA BOA VISTA | 1 | 1 |
SÃO PAULO | 1 | – |
TUIUTI | 1 | – |
Total geral | 186 | 65 |