O número de domicílios particulares ocupados na região será 20,79% maior daqui a 32 anos e passará de 901.388 (2018), para 1.088.810 (2050), aponta estudo divulgado nesta segunda-feira (5), pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados). A proposta do documento publicado é associar a transição demográfica no Estado de São Paulo com o impacto direto no número de domicílios.
De acordo com os dados, que não levam em conta a questão do déficit habitacional nos municípios, foi observado que o ritmo de crescimento populacional vem caindo nos últimos anos. O mesmo ocorre com taxa de domicílios, porém, como o número médio de pessoas por residência vem diminuindo, a projeção do índice é superior ao da população.
“A fecundidade vem caindo e isso reflete no tamanho das famílias, o número médio de pessoas por domicílios vem diminuindo. Esse fator faz com que a taxa de crescimento dos domicílios seja maior do que o da população”, diz Carlos Eugenio de Carvalho Ferreira, chefe da Divisão de Projeções Populacionais do Seade. O especialista acrescenta que, como existem menos pessoas morando nos domicílios, significa que para a mesma quantidade de população seja necessário número maior de residências.
De acordo com levantamento feito pelo RD para os dados do ABC (veja quadro abaixo), dentro do período analisado, até 2050, o maior impacto de crescimento domiciliar ocorrerá em Rio Grande da Serra, que passará das atuais 16.330 moradias para 24.684, alta de 51,15%. Em Mauá o salto será de 36,58%, de 150.520 para 205.589. Na sequência aparece Diadema com registro de 133.662, em 2018, e projeção de 167.941, em 2050, alta de 25,64%.
O estudo aponta ainda que Ribeirão Pires terá elevação de 20,28% no número de domicílios e saltará de 38.797 para 46.665. Já as duas maiores cidade da região, São Bernardo e Santo André, contabilizam alta de 21,10% e 10,51%, respectivamente. Enquanto a primeira elevará o número de domicílios de 273.158 para 330.810, o registro da cidade andreense passará de 235.230 para 259.967.
Já São Caetano registra número negativo (-1%) dentro do período analisado no estudo. Enquanto em 2018 o número de domicílios é de 53.691, em 2050 a projeção é de 537 a menos (53.154). “São Caetano tem essa característica de que a população vem se reduzindo. Isso se reflete nos domicílios, esta demanda é em última análise determinada pelo crescimento populacional”, justifica Ferreira.
São Paulo
As projeções realizadas para o Estado de São Paulo mostram que o volume de domicílios particulares ocupados atingirá patamar de 19.074.880 unidades, em 2050, o que representa um adicional de 6.247.727 domicílios em 40 anos, ou seja, uma média anual de 156.193 novos domicílios ocupados. Comparando-se com período de igual tamanho anterior a 2010, que contemplou taxas mais elevadas de crescimento populacional, verifica-se que, entre 1970 e 2010, o número de domicílios ocupados aumentou em 8.972.826 unidades, com uma média anual de 224.320 novos domicílios ocupados.
O número médio de moradores por domicílio diminuiu sistematicamente no Estado de São Paulo, reduzindo de um patamar superior a 5 moradores, entre 1940 e 1950, para 4,4, em 1980, 3,6 em 2000, 3,2, em 2010 e deverá manter esta tendência de queda sistemática até atingir o valor de 2,47, em 2050. Esse fenômeno está relacionado com vários fatores, tais como redução do número de crianças por família e mudanças nos padrões da nupcialidade e dos arranjos familiares/domiciliares. A tendência de aumento dos domicílios com pessoas idosas (com 1 ou 2 moradores) é outro fator associado, que é favorecido pelo processo de envelhecimento populacional.