“A CPI (do IPTU) foi um erro. CPI é uma Comissão Parlamentar de Investigação (Inquérito). Vai investigar o que?”, foi assim que o vereador de Santo André Edson Sardano (PTB) revelou sua opinião sobre o pedido de investigação assinado por vereadores na semana passada. Em entrevista ao RDtv, nesta sexta-feira (2), o parlamentar também admitiu que a situação pode ter influenciado na decisão em torno de seu colega de partido Marcos Pinchiari (PTB).
“Não existe nada para ser investigado. Para mim essa questão em torno da CPI foi seguramente uma questão política. Vou dar um exemplo, a CPI que investigou o (ex-presidente Fernando) Collor (de Melo, em 1992). Tinha um problema, então vamos investigar, vamos ver para onde foi o dinheiro, vamos interrogar. Neste caso, vamos interrogar a quem? Não tem quem interrogar”, explicou.
O documento que pede a CPI foi protocolado no Legislativo no mesmo dia em que foi formada uma comissão para investigar as discrepâncias em relação aos valores nos carnês de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). O grupo é formado por membros do governo andreense, da sociedade civil e também com os vereadores. Porém, alguns dias depois houve a notícia do cancelamento do tributo até sua nova avaliação por parte do Poder Executivo.
Nos bastidores políticos de Santo André a CPI teve sua primeira consequência: a antecipação da volta de Sardano ao Legislativo após um ano à frente da Secretaria de Segurança Pública. Com o retorno do petebista, Marcos Pinchiari deixou o parlamento. Marcos assinou o pedido para a Comissão e sua saída foi considerada como uma espécie de “vingança” em relação ao seu gesto, algo que é negado por Sardano.
“Não houve uma vingança, mas acho que a CPI mostrou algo sem rumo. Não que eu seja o cara que vai mudar (o cenário no Legislativo), que vai colocar ordem na casa, eu não gosto disso. Não sou melhor do que ninguém, mas antecipou em um mês (à volta à Câmara) para mudar os ares”, afirmou o vereador.
Em relação ao IPTU, Edson Sardano repetiu o discurso de que houve um “equívoco” do governo em realizar a atualização da planta genérica com um estudo referente ao ano de 2013, ainda na gestão de Carlos Grana (PT), e também sem uma conversa com a sociedade, algo que será feito durante este ano, período de suspensão do aumento do tributo.
Eleição
Pré-candidato a deputado federal, Sardano considera que o município tem eleitores suficientes para eleger pelo menos um parlamentar. “Estamos longe da discussão junto ao Governo Federal. Precisamos trazer recursos e por isso temos que ter um deputado federal. Estou colocando meu nome, mas vou esperar o meu partido decidir”, concluiu.