Derrotas consecutivas colocam em risco a campanha de Hillary Clinton

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A décima derrota consecutiva de Hillary Clinton para Barack Obama nas primárias de Wisconsin e do Havaí levantou dúvidas se a campanha da senadora conseguirá chegar até a Convenção Nacional Democrata, marcada para agosto. Segundo analistas, para Hillary continuar na disputa e contornar as constantes vitórias de Obama, a senadora tem de ter um ótimo desempenho nas primárias do Texas e de Ohio no dia 4.

Segundo resultados finais divulgados pelo jornal The New York Times, Obama ganhou em Wisconsin com 58% dos votos, contra 41% de Hillary. No Havaí, Estado onde o senador nasceu, o democrata obteve 76% dos votos e sua rival 24%. A vitória de Obama também mostrou que o senador está conquistando cada vez mais a base eleitoral que antes pertencia a Hillary, composta por mulheres, idosos e a classe trabalhadora. “A coalizão de Hillary não está agüentando”, afirmou Lawrence R. Jacobs, diretor do Centro de Estudo de Política e Governança da Universidade de Minnesota. Segundo Jacobs, a derrota de terça-feira poderia ser a última da senadora antes da desistência completa da candidatura. Obama e Hillary enfrentam-se amanhã em um debate em Austin, Texas, para discutir promessas de campanha.

Em seu discurso da vitória na terça-feira, Obama ignorou as críticas de que ele não tem experiência suficiente para ocupar a Casa Branca, feitas por Hillary e pelo republicano John McCain. “A mudança que nós procuramos está a meses e milhas de distância”, disse Obama, que também prometeu terminar a guerra no Iraque em seu primeiro ano como presidente.

McCain, que também ganhou as votações de terça-feira e segue como o candidato favorito para a nomeação do Partido Republicano, pareceu ter dado início a uma disputa nacional contra Obama. Durante seu discurso da vitória, o republicano atacou diversas vezes o senador democrata. “Eu vou lutar cada momento de cada dia dessa campanha para ter certeza de que os americanos não sejam enganados pelo chamado eloqüente, mas vazio, de mudança”, afirmou McCain.

Ao contrário de Hillary, Obama – invicto desde a Superterça, em 5 de fevereiro – ganha cada vez mais força para a nomeação do partido. O candidato deverá receber ainda hoje o apoio de um sindicato de trabalhadores de transporte que tem 1,2 milhão de afiliados. (AE)