Após anos de forte recessão na economia, o que acarretou em queda no número de vagas de emprego e aumento em relação às dispensas, o ABC apresentou uma leve melhora. Segundo levantamento feito pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, o saldo foi positivo nos 11 primeiros meses de 2017 em comparação ao mesmo período de 2016.
De janeiro a novembro de 2017, foram criadas 227.987 vagas, enquanto o número de postos fechados chegou a 226.608, assim chegando ao saldo positivo de 1.379. No mesmo período do ano de 2016, o saldo negativo chegou a 25.342. O cenário positivo do ano passado aconteceu mesmo com apenas três cidades da região terminando o período com números positivos: Mauá, Santo André e São Caetano.
O cenário positivo também é encontrado quando são comparados o mês de novembro de 2017 com 2016. Neste período do ano passado o saldo positivo foi de 1.379 vagas contra o saldo negativo de 38 vagas no 11º mês do ano retrasado. A leve alta acontece mesmo com a queda no número de empregos criados, de 19.902 para 18.620.
“Nós tivemos nos últimos três anos, 2014, 2015 e 2016, uma forte recessão e uma queda muito grande no número de empregos, em alguns anos chegando a 25 mil ou 30 mil. Agora se apresenta um número positivo de 1 mil empregos. O que dá para dizer é que conseguimos estabilizar o paciente que está na UTI. Agora o grande desafio para 2018, e também para os próximos outros, é retomar o grande número de vagas que perdemos nos últimos anos”, diz o economista Sandro Maskio, professor e coordenador de estudos do Observatório Econômico da Universidade Metodista.
Para Maskio, o principal desafio político/econômico do Brasil é aumentar a atividade produtiva, para gerar um maior número de vagas de emprego. Nos dados do Caged, comércio e serviços são as duas áreas que mais criaram vagas nos 11 primeiros meses de 2017. Considerado vilão nos últimos anos, o setor industrial está entre os que apresentam saldo negativo no período (-2.975), seguindo da construção civil (-400).
Reforma Trabalhista
O ano de 2018 será o primeiro a ter no cenário econômico os efeitos da reforma trabalhista, aprovada e sancionada no ano passado. Sandro Maskio acredita que não haverá forte influência no número de vagas geradas, mas salienta que a nova lei pode mudar a forma de analisar os números de geração de empregos.
“Vamos ter de prestar atenção no número de horas trabalhadas, pois com a mudança na lei as pessoas podem trabalhar em um período menor do que acontecia habitualmente. Então vamos ter de prestar muita atenção na análise das próximas pesquisas para saber se esse número de horas vai aumentar ou não”, concluiu.