2017 foi um ano quente para a Câmara de Santo André. Desde pequenas reclamações de vereadores até confusões com direito a Boletim de Ocorrência. O Legislativo andreense tentou lidar com reforma administrativa, tentativa de economia, vereadores novatos que não esconderam irritação com determinadas situações e projetos de lei que ainda vão dar o que falar no próximo ano.
O início dos problemas ocorreu com as reclamações de alguns governistas sobre o suposto tratamento privilegiado que Lucas Zacarias (PTB) teria na Secretaria de Obras, liderada pelo seu pai, o vice-prefeito Luiz Zacarias (PTB). O vice-líder de governo, Fábio Lopes (PPS) chegou a pedir, durante o programa Rastilho, do RDtv, que Luiz “focasse” mais nos problemas da cidade e que ouvisse os demais vereadores.
Outro ponto de reclamação foi do Sargento Lobo (SD). O então aliado do prefeito Paulo Serra (PSDB), de uma hora para outra deixou a base governista reclamando muito das “promessas não cumpridas” pelo tucano. Lobo que também causou polêmica ao tentar dar ao deputado federal Jair Bolsonaro (PSC/RJ) o título de cidadão andreense.
Até mesmo a utilização de canecas foi alvo de debate na Casa. O presidente do Legislativo, Almir Cicote (PSB), tentou emplacar a ideia para evitar gastos com copos descartáveis. No mesmo dia que entregou as canecas, os vereadores as devolveram em plena sessão. O motivo foi o fato de conter o nome de Cicote, o que foi encarado como uma espécie de campanha antecipada.
Mas o ponto alto aconteceu com a audiência pública com a então secretária de Saúde, Ana Paula Peña Dias. A intenção era de que a chefe da pasta explicasse o fechamento de sete unidades de saúde para reforma, o que ocorreu com o programa Qualisaúde. Os problemas começaram quando a reunião aconteceu em uma sala fechada ao invés do plenário.
Oposicionistas reclamaram muito. Uma confusão começou. Enquanto o empurra-empurra acontecia no lado de fora da sala de reuniões, na parte interna, Ana Paula e Cicote discutiram feio. O resumo foi de que Cicote e Willians Bezerra (PT) foram acusados de agressão. Um Boletim de Ocorrência foi lavrado. O presidente da Câmara pediu a saída de Ana Paula, algo que só foi acontecer três meses depois, após iniciativa da ex-secretária.
Projetos
Sobre as propostas aprovadas no Legislativo, a principal polêmica foi sobre a reavaliação da planta genérica, que culminará no aumento do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) para as residências que sofreram algum tipo de valorização de 2002 até 2017. O aumento foi negado a princípio, mas depois a Casa teve que aprovar um projeto para limitar o percentual de reajuste.