Professores da Umesp (Universidade Metodista São Paulo) passam por momento de tensão com especulações a respeito de futuras demissões. A apreensão aumentou com o desligamento da professora e coordenadora do programa de pós-graduação em Comunicação Social, Marli dos Santos, confirmado nesta quinta-feira (7). A instituição atravessa crise financeira e rotineiramente atrasa os pagamentos de salários aos docentes.
As especulações sobre uma lista de professores ganham força ao mesmo tempo em que a instituição atrasa os pagamentos salariais, a primeira parcela do 13º salário e os depósitos de FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) desde junho de 2015. O último caso resultou em uma ação judicial coletiva de docentes da universidade e do Colégio Metodista, ao lado do campus no bairro Rudge Ramos, em São Bernardo.
Integrante do Consun (Conselho Universitário) e professor de Comunicação Social-Jornalismo, José Salvador Faro explica que não há informação oficial sobre futuros desligamentos. “A reitoria não se pronuncia, porque não confirma a existência da lista, mas quando há o boato, todo mundo fica apreensivo. A Metodista passa por uma reengenharia de distribuição de carga horária por uma austeridade financeira”, diz.
Nesta quinta-feira, um grupo de aproximadamente 50 alunos se manifestou no centro de convivência contra os possíveis desligamentos. “É lastimável a gente perder professores tão importantes para o corpo acadêmico e pós-doutores, como a professora Marli, que trouxe convênios internacionais para pós-graduação. Esperamos que esse quadro seja revertido”, explica aluna do quarto ano de Jornalismo e presidente do Centro Acadêmico de Jornalismo Inês Etienne Romeu, Girrana Rodrigues Teixeira.
Após a confirmação da demissão de Marli, uma comissão de professores foi formada para reverter a decisão, a fim de no mínimo ela ser reconduzida ao cargo de docente. “A professora Marli tinha muitos mestrandos e doutorandos sob orientação e tutela dela. E eles foram orientados por advogados a entrar com uma ação por danos morais, caso não seja revertida a demissão dela”, completa Girrana.
Diante disso, um novo ato de alunos contrários às demissões de professores da Metodista está marcado para segunda-feira (11), às 17h, na Rua Alfeu Tavares, 149, em uma das portarias de acesso ao campus Rudge Ramos.
A Metodista atravessa por uma crise interna ao longo deste ano em decorrência de discordâncias de docentes sobre a forma de gestão do reitor Paulo Borges Campos Júnior. Tal cenário agravado pelos atrasos salariais e de depósitos de FGTS. Alguns desses profissionais também surgem no epicentro das especulações em torno da lista de demissões.
O RD procurou a Metodista para se manifestar a respeito dos boatos de possíveis demissões, mas não se pronunciou a respeito.