Juntas na data de aniversários, celebrados nesta sexta-feira (8), Diadema e Mauá também compartilham de problemas similares nos equipamentos de Saúde. Os moradores que dependem do SUS (Sistema Único de Saúde) nas duas cidades têm poucos motivos para comemorar. Para o futuro, promessas, mas o presente, filas de espera por atendimentos e exames, estruturas precárias e indefinições.
Há quase 60 meses como prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV) ainda não conseguiu fazer a Saúde deixar de ser o grande gargalo do governo. O Hospital Municipal, no bairro Piraporinha, é a principal referência da cidade, mas segue um retrato do medo para quem um dia possa depender dele. Pelos corredores, pacientes em macas, longas e demoradas filas por atendimentos, reclamações e ainda há a deterioração do prédio.
Nas comemorações dos 58 anos, Michels alega que não há muito que fazer no espaço, uma vez que o prédio, construído em 1967, pertence ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Dessa forma, Michels alçou na campanha pela reeleição em 2016 a construção de um novo hospital da cidade. A proposta está orçada em R$ 124,8 milhões e o pedido dessa autorização de financiamento junto à Caixa Econômica Federal já se encontra para ser discutida na Câmara semana que vem. A futura unidade seria erguida na avenida Ulisses Guimarães, próximo ao campo do Taperinha.
“Eu gastaria muito mais na reforma do atual Hospital Municipal do que na construção de um novo. O que nós temos não é bom. Os funcionários, nos quais eu agradeço muito, estão fazendo milagre. Eu preciso de um hospital novo, assim eu levo todo o serviço para este local e consigo dar uma melhor qualidade de atendimento”, disse o prefeito ao RD.
Sem equipamento
Os problemas dos diademenses também ocorrem em UBSs (unidades básicas de saúde) e no Quarteirão da Saúde. Este equipamento, inclusive, contou ao longo do ano com problemas com aparelhos de mamografia, raio X, ultrassonografia e outros. O espaço também deveria abrigar uma unidade da Rede Lucy Montoro, outra promessa de Michels, mas está estagnada por problemas de cronograma e financeiro das licitantes.
Aos 63 anos, Mauá ainda espera viver “um novo tempo”, slogan usado pelo governo do prefeito Atila Jacomussi (PSB), na Saúde. Os mauaenses enfrentam filas de três horas ou mais por atendimento, fechamento de UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e 516 demissões de ex-funcionários da FUABC (Fundação do ABC) também deflagram a crise no setor.
Na festa de aniversário da cidade, Atila inaugura o PS (Pronto-Socorro) do Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini – custeado em R$ 6,7 milhões do Estado – e o segundo PAI (Pronto Atendimento Infantil) na UPA da Vila Assis. “Já temos o PAI do Jardim Zaíra e teremos mais uma. Mas a grande novidade é o PS. Há 10 anos, o Nardini era rotulado como hospital do corredor (onde ficavam os pacientes), vamos mudar isso e teremos o maior e mais moderna unidade de emergência”, disse o prefeito.
Entretanto, ainda há problemas a resolver, como o fechamento para reformas na UPA Barão de Mauá, que pode sobrecarregar as unidades da Vila Magini e Jardim Zaíra, que já sofrem com lotação e longas esperas. Atila afirmou que a medida foi necessária, pelo fato da Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros avaliarem que a estrutura poderia estar em abalo.
FUABC
Outro desafio é a relação com a FUABC, com quem o governo negocia o novo aditamento, válido a partir de fevereiro, mas com valor global que seja reduzido de R$ 15 milhões para R$ 13 milhões. Também está incerto o pagamento de R$ 3 milhões de verbas trabalhistas em atrasos a funcionários demitidos por Atila, assim como uma solução da dívida do Paço (reconhece até R$ 38 milhões) com a instituição (cobra R$ 123 milhões).