Neste 8 de dezembro, Diadema comemora os 58 anos de emancipação política. Como presente o prefeito Lauro Michels (PV) busca entregar revitalizações de bairro e também concretizar investimentos. Em entrevista exclusiva para a RD, o chefe do Executivo explicou como pretende marcar mais um aniversário do município em um momento de crise econômica.
Com R$ 120 milhões a menos no orçamento estimado deste ano – a estimativa era de R$ 1,267 bilhão, Michels tenta entregar “muito com pouco” nos dias que cercam a data festiva no município. Entre os “presentes” possíveis para o momento está a revitalização de núcleos como o Iguassu, no bairro Eldorado. “Vamos entregar lá um local revitalizado, da mesma maneira que fizemos com o Sítio Joaninha”, disse o verde. Também haverá a entrega de 96 casas no núcleo Beira Rio, localizado no bairro Serraria.
Algumas entregas já foram realizadas como a segunda revitalização do Parque do Paço, necessária após a depredação de alguns pontos do local que fica ao lado da sede do Poder Executivo Municipal. “Temos que cuidar do local. A manutenção não saí de graça e todos querem um parque com condições, um local bonito, mas todos tem que fazer a sua parte. Uma privada não quebra sozinha, uma janela não quebra sozinha”, explicou Michels (foto). Lauro também destacou a entrega de 10 ecopontos no município, todos neste ano.
Outras obras e investimentos serão definidos após a data festiva de Diadema como a revitalização da praça Castelo Branco, em janeiro. Antes acontecerá o lançamento do edital da PPP (Parceria Público-Privada) da Iluminação Pública. A intenção do município é que aconteçam investimentos de R$ 45 milhões com a troca de mais de 20 mil pontos de iluminação pública que passaram a contar com lâmpadas do modelo LED.
Questionado sobre como governar o município em uma crise econômica e política, Michels definiu como uma missão “ingrata”. “Você faz um esforço imenso e o dinheiro não vem. Mas em outro ponto, quando você consegue fazer muito com muito pouco você pensa ‘Deus, seu eu tivesse um pouquinho mais a cidade vai sentir uma melhora significativa’. Com muito pouco eu estou fazendo um programa para a população chamado Mãos à Obra, que é aprovado pela população”.
Plano Diretor – Outro foco de Diadema para 2018 é o debate sobre o Plano Diretor. A proposta passa por revisão a cada 10 anos e agora o município articula com setores da sociedade civil mudanças, principalmente em como buscar o equilíbrio entre indústrias, serviços e habitação com pouco espaço para novas construções. “Diadema tinha uma vocação na área industrial, algo que era muito forte. Eu tive a oportunidade de pegar um plano diretor focado em habitação, em áreas de interesse popular, que é importante para a cidade também, porém desfocado na área que fomenta a cidade que é a área da indústria, comércio, geração de emprego e renda. Então você tem que buscar um equilíbrio para as coisas. Não é só moradia popular, não é só indústria e não é só serviços”, explica o prefeito.
Entre os principais objetivos do município está a busca de investimentos por meio dos CEPACs (certificados de potencial adicional de construção). “São valores mobiliários emitidos pela Prefeitura, utilizados como meio de pagamento de contrapartida para a outorga de Direito Urbanístico dentro do perímetro de uma Operação Urbana Consorciada”, explica. A ideia é fazer com que algumas vias da cidade se transformem em polos revitalizados com grandes investimentos como aconteceu na avenida Faria Lima, na Capital.
Para isso, Diadema busca “modernizar” a sua vocação para a geração de empregos. “A vocação de Diadema nas décadas de 1980 e 1990 era a indústria e não teve nenhuma observância para o setor de serviços, então isso ficou de lado. E o serviço gera muitos empregos. O que gerava emprego na cidade eram indústrias familiares, a maioria de micro e pequenas indústrias, e elas não saíram da cidade, elas quebraram”, disse Michels.