Com 176 mil novos casos ao ano, o câncer de pele é considerado o de maior incidência no País. Por este motivo, neste sábado (2), a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), organiza a Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele, com exames gratuitos que integram o movimento Dezembro Laranja, coordenado pela professora de Dermatologia da Faculdade de Medicina ABC (FMABC), Cristina Laczynki.
Atenta ao elevado índice de incidências do câncer de pele, a SBD desenvolve desde 2014 o movimento com iniciativas de conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce da doença, incluindo a importância da fotoproteção em suas diferentes formas para a redução dos riscos. Serão mais de 130 postos de atendimento em todo o Brasil, com envolvimento de aproximadamente 3 mil dermatologistas voluntários.
A expectativa da organização é de que pelo menos 300 pacientes da região compareçam ao Instituto da Pele da FMABC, no próprio campus universitário (av. Lauro Gomes, 2.000, vila Sacadura Cabral – Santo André). Das 9h às 15h, a população terá à disposição consultas gratuitas com especialistas e poderá realizar o exame preventivo.
Com o slogan “Se exponha mas não se queime”, a campanha deste ano visa conscientizar e educar as pessoas sobre os riscos do câncer de pele decorrentes da exposição excessiva ao sol sem proteção. A especialista explica que muitos confundem luz e temperatura. “Estar em Copacabana a 40ºC traz o mesmo efeito para a pele do que estar em Bariloche a 0ºC. A luminosidade será danosa igualmente, independente da temperatura, e é isso que as pessoas devem entender e tomar cuidado”, explica Laczynki em entrevista ao RDtv.
Causada pelo efeito cumulativo de radiação solar, a doença normalmente se manifesta na população acima dos 50 anos e a dica dos profissionais é a prevenção e avaliação dermatológica periódica. “A maioria dos casos de câncer de pele é fácil de tratar e curável. O importante é o diagnóstico precoce para proporcionar melhor prognóstico e a visita ao dermatologista ao menos uma vez ao ano, especialmente para as que tem o hábito de exposição intensa”, explica.
De acordo com a dermatologista existem vários fatores que podem provocar o câncer de pele, entre eles a propensão genética e não usar protetor solar. “Entre os sinais que podem apontar suspeita da doença estão manchas, bolinhas vermelhas que sangram ou coçam e lesões que surgem repentinamente. Em todas as alternativas o ideal é buscar um especialista para investigação”, aconselha.
Os interessados em participar da campanha, inicialmente poderão assistir à palestra de 15 minutos sobre os riscos para o câncer de pele e as formas de prevenção. Em seguida, todos passarão por atendimento específico, com realização de exames dermatológicos e de dermatoscopia (avaliação de assimetria, bordas, coloração e diâmetro das pintas). Casos suspeitos serão encaminhados para tratamento na rede pública municipal do próprio instituto da Pele da Faculdade de Medicina do ABC.
Alta Incidência
O câncer de pele é provocado pelo crescimento anormal das células que compõem a pele. Existem diferentes tipos que podem se manifestar de formas distintas, os mais comuns são: carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular – chamados de cânceres não melanoma –, que apresentam altos índices de cura quando diagnosticados e tratados precocemente. Um terceiro tipo, o melanoma, apesar de não ser o câncer de pele mais incidente é o mais agressivo e potencialmente letal. Quando descoberta no início, a doença tem mais de 90% de chance de cura.
O horário que apresenta risco acentuado de exposição ao sol é entre 10h e 16h, quando há maior incidência de raios ultravioletas. O filtro solar (fator de proteção de no mínimo 30) ainda é um dos principais meios de proteção contra raios solares e deve ser passado a cada duas horas ou logo após a entrada na água. O uso de bonés, chapéus e camisetas escuras, que absorvem a radiação solar e diminuem a exposição direta da pele ao sol, também é recomendado pelos dermatologistas, assim como óculos escuros com lentes de boa qualidade.