Motivo de especulações desde que a reeleição na Prefeitura de Mauá não foi concretizada em 2016, Donisete Braga garante permanência no PT, embora ainda não sacramente a candidatura a deputado estadual no próximo ano. O petista teria apoio da cúpula paulista do partido, porém, enfrenta forte rejeição interna no diretório mauaense, que tem preferência pelo ex-prefeito Oswaldo Dias (PT) ao posto na Assembleia Legislativa.
Ao RDtv, Donisete admite sondagens do PTB e do PSB, antes da eleição passada. O petista conversou com o vice-governador Márcio França (PSB) e o deputado estadual Campos Machado (PTB), quando foi formalizado o convite para integrar a sigla socialista, com uma indicação do PT na chapa como vice-prefeito, antes do prefeito Atila Jacomussi (PSB), então deputado estadual pelo PCdoB, ingressar à legenda.
“Poderia ir ao PSB, mas fiquei no PT até o fim (da eleição). Muitas pessoas, na maldade, trabalham na ‘queimação’. Depois da eleição em Mauá, eu me recolhi. Foi a primeira vez que tive uma derrota na cidade. E agora estou voltando, até porque falam somente de mim e chega uma hora que precisamos trazer o debate para me defender”, pontua o ex-prefeito.
Donisete conta com o aval do ex-prefeito de São Bernardo e presidente estadual do PT, Luiz Marinho (PT), para ser postulante a uma das 94 cadeiras da Assembleia Legislativa, onde teve quatro mandatos – entre 2000 e 2012 –, até ser eleito prefeito de Mauá. “Estou pensando se serei candidato ou não a deputado estadual. Gostaria muito de voltar para Assembleia Legislativa, até porque acho fiz um bom papel”, projeta.
Entretanto, as pretensões de Donisete esbarram no PT de Mauá, onde não é mais consenso e enfrenta concorrência interna do antecessor Oswaldo. Muitos petistas ainda atribuem ao ex-prefeito ao enfraquecimento do partido a partir do processo eleitoral de 2016, que não apenas perdeu a reeleição ao Executivo, como também viu a bancada de vereadores cair de cinco para uma cadeira, ocupada hoje por Marcelo Oliveira.
Donisete também não teria respaldo de seu ex-secretário municipal no governo e superintendente da Arsep (Agência Reguladora de Serviços Públicos) de Mauá, Rômulo Fernandes (PT). O comandante da autarquia já firmou apoio ao projeto de reeleição do deputado estadual Luiz Turco (PT), que alocou o seu filho Pedro Fernandes ao gabinete da Assembleia Legislativa.
Atualmente, grande parte dos petistas de Mauá avalia que Oswaldo seja o único capaz de ter unidade no partido em uma candidatura, embora seu nome para 2018 ainda não esteja confirmado pela cúpula do diretório municipal. Na avaliação desse grupo, Donisete favoreceu partidos aliados ao seu governo e preteriu os quadros internos do petismo, o que enfraqueceu a sigla. O ex-prefeito, porém, atribui o cenário de 2016 à crise nacional da legenda.
Neste momento, somente Marcelo tem a pré-candidatura a deputado federal confirmada pelo PT de Mauá ao próximo ano, favorecido pela sua posição no Legislativo mauaense. Por outro lado, o debate acerca do futuro postulante à Assembleia Legislativa deve ganhar corpo em dezembro. O presidente municipal do partido, Getúlio Junior, foi procurado pelo RD, mas não retornou.