O superintendente da Unidade de Planejamento e Assuntos Estratégicos de Santo André, Leandro Petrin, assegura que a alta do IPTU em até 60% para estabelecimentos comerciais e 70% ao segmento industrial, prevista no projeto de lei no Legislativo, não resultará em desempregos. O responsável pelo setor diz ainda que a proposta de fomento para novos postos de trabalho será enviada aos vereadores até o começo de 2018. “No ponto de vista da indústria, o IPTU não é o que mais atrapalha. Hoje, os impostos federais representam uma carga muito mais pesada ao setor. No comércio, a ideia é sim ter um segmento atuante e pujante. A cidade deixou de ser industrial para ser prestadora de serviço. O limitador de 60% é justamente para não desarranjar o comércio local”, afirma.
Pode ser novo incentivo a empresas deixarem Santo André, alerta Ciesp
O diretor regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) em Santo André, Emanuel Teixeira, não poupou críticas a Paulo Serra ao saber que o setor industrial pode receber 70% de majoração de IPTU. “Há um grande número de desempregados e 300 mil empresas fechadas nos últimos três anos e eles (governantes) acham que o dinheiro está com a gente. Mais uma vez querem passar a conta ao empreendedor”, dispara. Teixeira lembra que já manifestou pessoalmente a Paulo Serra a contrariedade sobre o aumento da carga tributária e que tal cenário desenhado pelo aumento de IPTU pode ser novo incentivo a empresas deixarem Santo André. “Para aqueles que tiverem oportunidade, vai continuar acontecendo o que ocorre: vende-se o imóvel para construir torres, sai de Santo André e se muda para Taubaté, onde há isenção de IPTU”, completa.
60% a mais de tributo podem pesar muito aos comerciantes, diz Acisa
Presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Evenson Dotto, concorda que seja necessária uma atualização na PGV, porém, admite que 60% a mais de tributo podem pesar muito aos comerciantes. “É preciso ter aumento, mas acho que esse percentual faz com que pensem duas vezes antes de investir na cidade. Por mais que o empresário queira ajudar Santo André, não tem como cobrir isso”, considera.
Picarelli alerta para avalanche de ações judiciais
Ao canal RDtv nesta sexta-feira (24/11), o ex-presidente da subseção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Santo André Fabio Picarelli considera que o momento ainda é delicado para se pensar em aumento tributário. “É uma medida arriscada e terá um impacto. Santo André já tem um histórico de 2002, quando houve mudanças no IPTU e a cidade se movimentou, gerando uma avalanche de ações judiciais questionando o imposto”, recorda. Confira aqui o vídeo.
Prefeito escala secretários para falar de redutores
Em meio às reclamações de moradores e da oposição aos futuros valores do IPTU, o secretário de Gestão Financeira, José Carlos Grecco, e o superintendente da Unidade de Planejamento e Assuntos Estratégicos, Leandro Petrin, foram escalados pelo prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), para conceder entrevista nesta quinta-feira (23/11) no salão nobre do Paço. Nas falas dos representantes do governo, predominou a defasagem na PGV (Planta Genérica de Valores), desatualizada desde dezembro de 2002.
Paulo Serra critica reportagem
Na avaliação do prefeito de Santo André Paulo Serra, a reportagem do RD sobre as alterações do IPTU está “completamente equivocada”. Confira a reportagem aqui. O RD está à disposição do prefeito para tirar as dúvidas dos contribuintes da cidade. Neste sentido, após a coletiva de imprensa, o RDtv entrevistou o secretário de Gestão Financeira, José Carlos Grecco, que esclareceu alguns pontos do projeto de lei encaminhado à Câmara. A proposta estabelece o teto no aumento do imposto para casas (50%), apartamentos (60%), comércios (60%), garagens (60%), indústrias (70%) e terrenos (80%). Confira aqui o vídeo.