Após outubro ser inteiramente dedicado à saúde da mulher, durante este mês, a saúde do homem ganha maior visibilidade com a Campanha Novembro Azul, ação que visa alertar e orientar o público masculino sobre os cuidados com o câncer de próstata. E a conscientização individual objetivando que paciente e médico conversem sobre o assunto é defendida pelo urologista do Hospital e Maternidade Brasil, em Santo André, Lincoln Pesinato, em entrevista ao RDtv.
Até porque os dados sobre a doença são preocupantes e necessitam de atenção. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são registrados 61,2 mil novos casos de câncer de próstata por ano no Brasil, que acabam resultando na morte de 13,7 homens. Para se ter uma ideia, o tumor de próstata é o segundo mais comum entre os homens, fica atrás apenas do câncer de pele não melanoma.
“Eu acho que o grande escopo é fazer a conscientização individual. Porque o homem tem que saber que não existindo prevenção numa quantidade de pacientes que são afetados pela doença, a única coisa a ser feita é o exame diagnóstico precoce. Prevenção, na realidade não existe”, afirma Pesinato.
Para isso é importante ficar atento para o período correto de realização do exame. A sugestão dada pela Sociedade Brasileira de Urologia, de acordo com o médico, é que o homem com histórico da doença na família (considerado grupo de risco), deve procurar uma avaliação a partir dos 40 anos.
“Eu deixo claro aqui que os órgãos correlatos à próstata, são o útero e mama, na mulher”, explica, ao comentar que se o indivíduo tem a mãe com a doença em um dos órgãos também é considerado como população de risco. O mesmo vale nos casos em que o pai teve histórico com a doença.
O profissional explica que a próstata é uma glândula que traz uma história, um medo no ideário masculino. Ela é a responsável pela produção dos elementos que mantém o espermatozoide. Com isso, na juventude ou até os 40 anos, ela só traz alegria, mas depois só preocupação.
“E os sintomas relacionados ao envelhecimento, ou seja, aumento de volume na próstata, que tem uma incidência muito grande na população, que são a dificuldade para urinar, sensação de não esvaziamento completo da bexiga, essas alterações podem estar relacionadas com a doença”, comenta.
Na oportunidade Pesinato (foto) ressaltou que o exame de toque retal ainda é o mais preciso para diagnóstico da doença. “É o exame que mais amedronta e afasta o homem da sua investigação primária. Curiosamente foi feito um questionário com os homens que deveriam fazer o exame de próstata e a informação que mais foi passada foi medo de sentir dor”, comenta e reforça que o procedimento é muito rápido, simples e, pelo contrário, não provoca dor.
Em relação aos tratamentos, o profissional explicou que não necessariamente o diagnóstico de câncer de próstata indica uma cirurgia ou tratamento mais agressivo. Só a partir de uma análise mais aprofundada, chamada de estadiamento da doença, é que será possível saber até que ponto o caso está avançado ou se comprometeu outros órgãos para então poder estabelecer o tratamento ideal.