Bolsas europeias fecham sem direção com BoE e próximo presidente do Fed no radar

Os mercados acionários europeus fecharam sem direção única nesta quinta-feira, 2, com os investidores digerindo a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) e balanços corporativos. Além disso, a expectativa com o anúncio de quem será o próximo presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) gerou cautela em algumas praças.

O índice pan-europeu Stoxx-600 fechou em baixa de 0,44% (-1,74 ponto), aos 395,03 pontos.

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Pela primeira vez em uma década, o BoE decidiu elevar sua taxa básica de juros da mínima histórica de 0,25% para 0,50%, como era amplamente esperado pelos agentes do mercado. Por outro lado, a autoridade monetária manteve o volume de seu programa de compras de bônus soberanos inalterado em 435 bilhões de libras. A decisão foi tomada por sete votos favoráveis e dois contrários, com os dirigentes David Ramsden e Jon Cunliffe defendendo a manutenção do juro básico.

Na ata da reunião, o banco central afirma que o ritmo de elevação na taxa de juros ocorrerá de forma “gradual e limitada”, sinalizando que são prováveis mais duas elevações até o fim de 2020. Com o gradualismo explicitado, a libra e os juros dos bônus britânicos (Gilts) perderam força, com o rendimento do Gilt de 10 anos caindo de 1,346% ontem para 1,286% hoje. A queda da libra proporcionou otimismo ao mercado de ações londrino, com o índice FTSE-100 fechando em alta de 0,90%, aos 7.555,32 pontos. Entre as mineradoras, a Glencore subiu 1,46% e a Rio Tinto avançou 2,49%.

Outro banco central esteve no radar dos investidores na Europa. Apesar da reunião de política monetária do Federal Reserve ter sido realizada na quarta-feira, os investidores estão mais atentos ao futuro do banco central, com o próximo presidente da instituição sendo anunciado nesta quinta-feira pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Além disso, o projeto de reforma tributária do Partido Republicano foi divulgado na manhã desta quinta-feira, mas não gerou otimismo nos mercados. O dólar perdeu força e impulsionou o euro, que já vinha em alta frente à libra após a decisão de política monetária do BOE. Com o euro mais forte, ações de exportadoras foram penalizadas.

Em Frankfurt, o índice DAX perdeu 0,18%, aos 13.400,93 pontos, com a Air Berlin em baixa de 2,13% e a Deutsche Lufthansa em queda de 0,48%. Já em Paris, o índice CAC-40 fechou em baixa de 0,07%, aos 5.510,50 pontos, com a Peugeot baixando 0,58% e a Renault terminando estável. Nesta quinta-feira, o governo da França anunciou que está vendendo parte de sua participação na Renault, depois de comprar ações há dois anos para bloquear os esforços da montadora para mudar suas regras de participação.

Nos mercados periféricos, o índice PSI-20, da Bolsa de Lisboa, fechou em alta de 0,15%, aos 5.446,82 pontos, enquanto o índice FTSE-Mib, de Milão, avançou 0,24%, aos 23.046,05 pontos. Na Bolsa de Madri, no entanto, o índice Ibex-35 terminou em baixa de 0,47%, aos 10.457,80 pontos, após o Banco Central da Espanha fazer um alerta sobre os custos econômicos da crise política envolvendo a Catalunha, que poderá comprometer o crescimento do país.

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