Embora a ideia seja fortalecer e facilitar a comunicação entre gestores e munícipes, principalmente para solicitação de serviços e resolução de problemas, os aplicativos oferecidos pelas prefeituras não apresentam resultados efetivos para a população. A demora no atendimento, dificuldade de acesso à conta e falhas no desenvolvimento do sistema têm sido algumas das principais reclamações entre os usuários sobre o funcionamento dos apps.
A reportagem do RD consultou as avaliações do aplicativo VcSBC, lançado pela Prefeitura de São Bernardo, em 2015, e constatou que, das 153 classificações feitas por usuários, 65 delas são péssimas, e a principal reclamação é com a demora no atendimento das solicitações.
Um dos chamados nessa situação diz respeito à colocação de contêineres na rua Costa Carvalho, no bairro Ferrazópolis. Embora tenha sido protocolada há seis meses, de acordo com o sistema, ainda passa por análise técnica. Com isso, o lixo fica acumulado em frente às residências e os moradores reclamam do mau cheiro e da poluição.
Uma moradora que prefere não se identificar, conta que no local havia dois contêineres, mas um deles foi retirado pela Prefeitura sem explicação. “Agora acumula um monte de sujeira e é muito raro a Prefeitura vir limpar”, conta.
Jessé Pereira dos Santos, morador do Jardim Silvina, reclama de falha no sistema. Alega que até fevereiro conseguia utilizar o sistema normalmente para registrar as solicitações, mas depois disso, ao tentar protocolar um pedido de limpeza de boca de lobo, não conseguiu mexer no aplicativo. “Do nada parou de funcionar”, reclama.
Estas são algumas das mais de 40 solicitações de moradores que ainda passam por análises técnicas em São Bernardo. A maior parte foi feita entre os meses de maio e abril e pedem pequenas manutenções, como poda de árvores e reparo de guias e sarjetas. O RD entrou em contato com a Prefeitura sobre as queixas, mas não recebeu retorno até o fechamento da reportagem.
População diz que sistemas não atendem
No app Tô ligado Diadema a situação não é diferente, em alguns casos os moradores reclamam que ao realizarem pedidos para a Administração, mesmo sem o serviço ser concluído, o sistema classifica como finalizado. Foi o que ocorreu com Dulcilene Portela, que classificou o aplicativo com uma estrela e comentou que a Prefeitura encerrou o serviço com a alegação de falta de informação. Indignada, a munícipe reclama. “Não adianta ter um aplicativo se eles se recusam a trabalhar”, diz Ducilene.
Claudio Monteiro, outro usuário, conta que, embora a ideia seja boa, não serve para nada, já que a Prefeitura não toma as devidas providências. “Fiz várias denúncias de veículos abandonados em vias públicas e nenhuma foi resolvida, continuam todos no mesmo lugar e o perigo de doenças continua”, afirma.
Em Santo André, a principal reclamação dos moradores é em relação ao funcionamento do aplicativo do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André). Nas avaliações, os usuários alegam que os horários de coleta de lixo estão errados, que não há canal direto para reclamações e outros usuários não conseguem sequer se cadastrar no sistema.
Edson Baron foi um dos afetados. “Tentei me cadastrar diversas vezes, mas não consegui, então desisti”, reclama. O mesmo acontece com Erick Ferreira Miranda, que também não conseguiu efetivar o cadastro.
Em nota, a Prefeitura esclarece que o aplicativo do Semasa não recebe demandas, além de informações gerais, o único serviço que pode ser solicitado pela população é segunda via de conta. Para acessar o sistema, o usuário deve cadastrar o número de conta e o CPF/CNPJ do titular.
Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não dispõem de aplicativos. As Prefeituras de Mauá, São Caetano e Diadema foram questionadas mas não retornaram até o fechamento da edição. (Colaborou Amanda Lemos)