Encontrar uma escola ou creche ideal para os filhos é um desafio para os pais. Isso porque é necessário verificar se a escola atende a todos os requisitos como segurança, alimentação, melhor custo-benefício, entre outros fatores. Alguns pais buscam ainda escolas que proporcionam diferenciais na grade metodológica como curso de idiomas ou aulas esportivas. No entanto, na visão da professora e pesquisadora na linha de Gestão Educacional do Programa de Mestrado da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Sanny Silva da Rosa, o investimento não é necessário neste momento da infância.
Em entrevista ao RDtv, a professora orienta que ao procurar uma escola, embora seja necessário observar fatores econômicos e sociais, é ideal que os pais conversem com profissionais e busquem escolas que tenham espaços internos e externos para que os filhos possam brincar, levando em conta que este é o período certo para que a criança estimule o desenvolvimento social. “A escola não deve ser boa para os pais, mas sim para a criança, e falo como mãe. É necessário observar se a criança está bem, se está brincando, se traz bons relatos da escola, é como um termômetro”, explica.
A resistência de não querer ir à escola, a preguiça, chorar ao chegar o horário de sair de casa, são fatores que demonstram aos pais que algo está errado e que devem redobrar a atenção. “Embora a escola seja um espaço coletivo, deve ter um olhar individual para as necessidades e diferenças de cada criança. A escola é responsável por estimular e desenvolver a criança”, diz.
Entre um dos maiores erros que a profissional elenca é o imaginário social que a instituição privada atende melhor que a pública. Para Sanny, a escola particular quer oferecer cursos de idiomas, esporte, informática e outros pensando em preparar a criança para o mercado de trabalho, e se pesar as perspectivas nesta idade, muitos pais antecipam este desenvolvimento por ansiedade, sem necessidade. “As escolas pensam em vender o serviço para os pais e não na criança. O aconselhável é que nos primeiros anos de vida, principalmente de zero a cinco anos, a criança brinque, entre em contato com a natureza, viva a infância”, aconselha.
Sanny (foto) explica ainda que os pais muitas vezes são influenciados pelas expectativas sociais que a escola tem em preparar a criança muito cedo, mas é necessário que a criança tenha seu próprio espaço, brinque com outras crianças, com adultos, mas que em sua visão, isto é um equívoco já que depois o jovem irá passar o resto da vida em um ambiente educativo. “As atividades lúdicas, as brincadeiras, são essenciais na a formação do sujeito e para a construção da capacidade de abstração e construção de outras linguagens. Além de ser uma forma de economizar não causa sobrecarga na criança com outros cursos”, diz.
A professora aponta sete indicadores de qualidade da educação infantil estipulados pela ação educativa, Unicef, MEC, Inep, com apoio de especialistas na área para escolas infantis onde são elencadas duas etapas, creche de zero à três anos e pré escola de quatro a cinco anos para ajudar os pais a encontrar a escola ideal para o filho, sendo estes:
- Avaliar a proposta pedagógica da escola.
- Avaliar espaços de interação e convivência das crianças.
- Avaliar limpeza, segurança e alimentação saudável das crianças.
- Avaliar dimensões de espaço, materiais e mobiliário.
- Avaliar a garantia do direito das famílias de acompanhar as vivências da criança.