É impossível andar pelas ruas e não perceber a aproximação da estação mais florida do ano. As árvores ficam robustas e carregadas de folhas, as flores se abrem e ganham cores vibrantes em mais de 55 mil espécies da flora brasileira. No dia 22 de setembro a primavera chega ao Brasil com previsão de temperaturas mais amenas, elevação da umidade do ar, dias mais longos e, é claro, o espetáculo de florescimento da natureza.
O término do inverno e a entrada da primavera são marcados por dois fenômenos que atuam juntos: o deslocamento da Terra em torno do Sol e o eixo terrestre em relação ao plano orbital. As duas alterações são responsáveis pela variação da radiação solar em quantidades e inclinações diferentes. É por isso que as estações do ano ocorrem em momentos opostos em cada parte do mundo: enquanto uma região recebe mais luz em determinada época, outra recebe menos.
Com as alterações climáticas e maiores índices de chuva, ocorre o aumento na reprodução das espécies da flora, que necessitam de água para fecundar as sementes, e da fauna, em virtude do aumento das temperaturas. Para a reprodução, as plantas contam com agentes polinizadores, como o vento, as aves e insetos. Após chegar ao estigma (órgão reprodutor feminino), o grão de pólen cresce, se encontra com os gametas masculinos, é fecundado e, por fim, o óvulo se transforma em semente.
Trazer a primavera para dentro de casa pode ser uma ideia interessante, mas precisa de uma escolha minuciosa. Nilton Soares Val, engenheiro agrônomo e paisagista da NSV Ambiental e Paisagismo, em Santo André, recomenda que haja um estudo antes de escolher a planta que vai colorir o ambiente. “Para saber onde colocar no vaso, é interessante estudar o mapa de sombreamento e perceber a luz natural da casa. Quando você se afasta três metros de uma janela, aquele ponto já é considerado uma sombra total e não permite que a planta realize a fotossíntese. O ideal é que elas estejam perto de uma fonte de luz natural, do contrário não sobreviverão”, afirma.
Sugestões
Algumas plantas de sub-bosque foram adaptadas para o ambiente doméstico e são boas apostas, já que não precisam de tanta luz natural. “As samambaias, violetas perto da janela ou em ambientes com bastante umidade, philodendron (ou imbé) em suas várias espécies domésticas, jiboias e a africana zamioculca se adaptam muito bem em ambiente interno”, recomenda.
As suculentas, que entraram no gosto do brasileiro há pouco tempo, são boas alternativas para quem quer plantar mas não tem tempo para cuidar. Acontece que as plantas xerófitas precisam de menos água porque absorvem a umidade do ambiente. Apesar disso, também precisam de uma atenção especial. “Um substrato errado pode causar podridão, porque os fungos e bactérias se desenvolvem nela muito rápido, já que retém muita água. Se for um substrato muito orgânico, a planta não sobreviverá. O ideal é um solo mais drenado, arenoso”, indica o agrônomo.
Comércio
Neste ano, as mais procuradas nas lojas tem sido as orquídeas, bromélias, lírios da paz e os antúrios, em razão da versatilidade e facilidade de adaptação. “Também tem a opção de enfeitar a casa com as plantas ornamentais, que não são perenes, duram até 10 dias, mas já alegram a casa”, recomenda Fátima Rangel, gerente do ABC Garden, em São Bernardo. Para quem prefere plantar uma árvore, Fátima sugere a Primavera. “Ela fica toda florida nessa época”, diz. Na loja, um vaso com a árvore já desenvolvida custa R$ 500. Outra opção é levar somente a muda, que sai R$ 8,30. (Colaborou Raíssa Ribeiro)