Suspeita de irregularidades na FUABC causa tensão em Mauá

A suspeita de irregularidades na lista de funcionários alocados na Fundação do ABC (FUABC), em Mauá, causou tensão entre os vereadores da Câmara durante a sessão desta terça-feira (5). Segundo um ex-funcionário da entidade, colaboradores com nível técnico foram “trocados” por “apadrinhados políticos”. O presidente do Legislativo, Admir Jacomussi (PRP), afirmou que investigará o caso.

Se utilizando da tribuna livre, o enfermeiro Francisco Jarles, que durante duas décadas trabalhou na rede municipal, acusou o Executivo de promover exonerações na Fundação do ABC indicados políticos. “Precisam ter uma atenção muito grande para essa situação. Preferiram exonerar funcionários com nível técnicos para colocar apadrinhados políticos”, afirmou.

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Jarles não deu detalhes sobre a denúncia, porém logo depois o vereador Marcelo Oliveira (PT) disse que existem suspeitas de funcionários alocados na FUABC, mas que na verdade prestavam serviços em outras secretarias municipais. “Tem gente que acompanha o prefeito (Atila Jacomussi, PSB), mas está nesta lista”, afirmou petista.

A lista na qual Oliveira se refere é a que contém o nome completo, salários e outras informações referentes aos funcionários da FUABC. A listagem foi um pedido feito pelo vereador Irmão Ozelito (SD), em requerimento protocolado no dia 30 de maio. O Executivo protocolou a resposta no dia 20 de junho, segundo o documento protocolado no portal de transparência da Câmara de Mauá.

O petista chegou a entregar o mesmo documento nas mãos de Admir Jacomussi, com destaque a um funcionário da lista que na verdade presta serviços na Prefeitura. Porém, Marcelo Oliveira preferiu não pronunciar o nome deste colaborador. “Eu não trabalho com nomes”, disse antes de passar adiante a lista.

Alguns vereadores não resistiram e foram até a mesa para verificar qual nome foi destacado. Por alguns minutos, Jacomussi reviu a lista por algumas vezes. “Temos interesse em ver essa questão. Vamos verificar tudo isso e, se necessário, também vamos indicar ao Ministério Público, mas tenho certeza que o prefeito não tem conhecimento sobre qualquer irregularidade sobre o assunto”, afirmou.

A Fundação do ABC vem sendo assunto entre os vereadores desde março quando ocorreu a demissão de cerca de 100 funcionários. Segundo os manifestantes que ocupam as galerias da Câmara desde então, até o momento não houve o pagamento da rescisão dos contratos. Um abaixo-assinado chegou a ser protocolado no Legislativo. A expectativa é que o dividendo seja pago até o final do ano.

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