Deputado estadual eleito ao primeiro mandato em 2014, Teonílio Barba (PT) garante que disputará reeleição no próximo ano em entrevista ao RDtv. Essa é a segunda candidatura à Assembleia Legislativa confirmada pelo PT de São Bernardo, já que Luiz Fernando Teixeira também ratifica as pretensões de renovar o mandato por mais quatro anos. O petista também fala da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), da Reforma Política discutida em Brasília e da relação com prefeitos do ABC.
Eleito com 95.156 votos, Barba entrou na Assembleia Legislativa numa leva de três deputados estaduais pelo PT de São Bernardo. Além de Luiz Fernando – 102.905 sufrágios –, o diretório municipal conseguiu alavancar o quarto mandato de Ana do Carmo ao Parlamento paulista, com a adesão de 72.238 eleitores. Para o próximo ano, a parlamentar mira a disputa para cadeira de deputada federal.
Outro ponto abordado por Barba é a preferência pela lista fechada, na qual acredita ser um mecanismo de fortalecimento interno dos partidos. Na Câmara dos Deputados, discute-se emplacar o sistema “distritão misto”, o qual permite que metade das vagas de um Estado seja destinada aos mais votados em todo o território e a outra metade indicada pelos partidos em lista pré-ordenada. Legendas como o PT e o PCdoB são apoiadores da “lista fechada”.
“Vou para reeleição para deputado estadual e isso está definido. Dentro do PT, sempre defendi a lista partidária, porque esse modo me possibilita ter vida partidária, já que a democracia no mundo se constrói com partidos. A lista daria obrigação do militante ter atuação partidária, com movimentos sociais, com núcleos internos e com seus segmentos”, defende o petista.
Sabesp
Barba também critica a proposta do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de criar uma holding de saneamento básico entre a Sabesp e outras possíveis empresas subsidiárias, como do ramo de resíduos sólidos, por meio de anúncio realizado em Nova Iorque, Estados Unidos, há três meses. A medida é justificada pelo Palácio dos Bandeirantes como forma de trazer mais investimento do setor privado.
“O governo afirma por meio do presidente da Sabesp (Jerson Kelman) é que esse projeto não leva à privatização. Então que se crie uma lei que impede da estatal ser privatizada. Essa holding pegará mais acionistas para vender ações ao mercado. Apesar do deficit na área de saneamento e papel social, a Sabesp é forte no mercado. A empresa cresceu 896% na bolsa de Nova Iorque e 110% nas ações da Dow Jones”, defende o deputado.
Emendas impositivas
O deputado estadual também defende que o Estado incorpore as emendas impositivas, medida que obriga o Executivo aplicar parte do seu Orçamento às demandas de parlamentares aos seus redutos eleitorais. Barba diz que tem cerca de R$ 6 milhões em emendas para municípios desde 2015, mas o governo paulista não atendeu a nenhuma.
“A Câmara dos Deputados aprovou as emendas impositivas por meio de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), estabelecendo que o presidente da República é obrigado a executá-las. Então cada deputado tem R$ 15 milhões para mandar para suas cidades. Estamos brigando em São Paulo que as emendas e o Orçamento também sejam impositivos. A emenda é o único instrumento que o deputado tem para justificar a razão de ser eleito” diz.
Relações
Pela primeira vez desde a fundação, o PT não administra nenhuma das sete prefeitura no ABC, reflexo do desgaste político do partido diante da crise política e das investigações da Operação Lava Jato. Segundo Barba, a escolha da população é soberana e os resultados eleitorais em 2016 não devem interferir na relação entre deputados e prefeitos.
“Tenho compromisso com o ABC e estou à disposição dos prefeitos da região. Não importa se o PT perdeu as eleições, o povo viu a necessidade de mudar e mudou. Eu, enquanto deputado do PT, tenho adversários na política, como o PSDB, PPS, PMDB e PP. Mas na hora que se ganha as eleições, tem que dialogar com os prefeitos (seja qual for o partido dele)”, pontua.