Três semanas após o início do fechamento de sete postos de Saúde em Santo André para reformas, a secretária municipal Ana Paula Peña Dias estará nesta quinta-feira (24/08), às 8h, na Câmara dos Vereadores, a fim de esclarecer a medida. O prefeito Paulo Serra (PSDB) confirma a visita e assegura a reabertura de 11 equipamentos no próximo ano, enquanto a oposição fala em esvaziar o encontro com a responsável pela Pasta.
Serra diz que a secretária prestará esclarecimentos aos vereadores a respeito do programa intitulado “QualiSaúde”, que tem como foco a informatização e modernização das unidades. O tucano critica a ideia de que a proposta se limita apenas aos fechamentos dos equipamentos para reformas. Desde o dia 28 do mês passado, sete postos foram interditados para intervenções estruturais e outros dois passam por obras, porém, sem a necessidade de interrupção dos serviços à população.
“O QualiSaúde não é um programa de reformas, e sim um programa de qualificação e modernização. Parte desse programa é a informatização do sistema e está na fase final para elaboração do processo licitatório. Então ela (Ana Paula) falará sobre o programa e (a reunião) será na primeira hora da manhã”, descreve o prefeito.
Entretanto, a oposição no Parlamento critica a reunião da secretária com os vereadores pela manhã de quinta. A intenção da bancada do PT era que Ana Paula prestasse esclarecimentos durante a sessão ordinária, no período da tarde e perante o público e a transmissão ao vivo na TV Câmara. A base aliada enxerga o pedido como palanque político e Serra rebate dizendo que “o papel da oposição é criticar e do governo trabalhar”.
Serra pontua que os custos para modernização do sistema de Saúde da cidade ainda estão em análise e devem ser fechados nos próximos dias para o pregão, com enfoque em prontuário digital, informatização para atendimento aos usuários dos equipamentos e controle de medicamentos. Outra etapa que ainda não tem montante orçado é a qualificação dos funcionários do setor, segundo o prefeito.
“As reformas também têm (custos) variáveis, porque há decisões que precisamos analisar referente aos imóveis alugados. Inicialmente, temos um valor de até R$ 1,5 milhão, mas se houver a necessidade de refazer uma unidade em novo local, pode chegar a R$ 4 milhões, que é o teto (para obras em todos os prédios). Muitas intervenções serão feitas com mão de obra própria (da Prefeitura de Santo André, sem necessidade de licitação)”, completa.
Mão de obra
Sobre as demissões de 150 profissionais de Saúde dos sete postos fechados, o governo diz que os custos trabalhistas são de responsabilidade da Fundação ABC, empresa que terceirizava a mão de obra. Por ora, Serra explica que não há definição se os futuros funcionários serão do Paço ou de uma prestadora de serviço. “Como temos prazo estipulado para trabalhar (nos postos), estamos analisando função por função”, resume.
Equipamentos
Desde o fim de julho, encontram-se fechadas para futuras reformas as USs (Unidades de Saúde) do Parque Novo Oratório, Bairro Campestre, Vila Humaitá, Parque das Nações, Jardim Bom Pastor, além da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Santo André e do Centro de Especialidades III, na Vila Vitória. Enquanto isso, as USs do Jardim Irene e Utinga também passam por intervenções, mas seguem abertas ao público.
Além desses nove equipamentos, o governo também planeja entregar no próximo ano mais dois postos de Saúde. Um deles é o PA (Pronto Atendimento) Bangu, interditado desde o ano passado, com reabertura prevista para abril de 2018. Já a UPA Centro, fechada também desde 2016, terá as portas reabertas em maio como uma USF (Unidade de Saúde da Família) e ARMI (Ambulatório de Referência para Moléstias Infecciosas).