Morreu neste domingo (20/08) em Las Vegas (EUA) o ator e diretor Jerry Lewis (foto), conhecido como “o Rei da Comédia”. O ator morreu aos 91 anos de idade de causas naturais, em sua casa, segundo informações dadas por sua família. Nos últimos nãos de vida, enfrentou diversos problemas graves de saúde
Com uma carreira que abrangeu a história do show business no século 20, Lewis começou a atuar no “vaudeville” (teatro de variedades) com apenas 5 anos de idade. Tinha apenas 20 quando iniciou dupla com Dean Martin, passando a fazer sucesso em clubes noturnos, programas de TV, e no cinema, finalmente. Após a separação da dupla, em 1956, Lewis passou a dirigir e estrelar filmes de sucesso, como a “O Professor Aloprado”, de 1963 – um dos mais importantes clássicos do cinema de comédia americano.
O ator também se notabilizou como apresentador de longa data do Teleton anual da Associação de Distrofia Muscular, programa de TV que tinha como objetivo levantar fundos para vítimas da doença.
Veterano de mais de 45 filmes, Lewis influenciou toda uma geração de comediantes, como Jim Carrey, por exemplo, e atuou por mais de cinco décadas. O comediante havia se aposentado do cinema em 1995, mas retornou no ano passado ao estrelar o drama “Max Rose”.
Jerry Lewis, fã confesso de Charlie Chaplin, tinha humor meticuloso
Muitos dos fãs de Eddie Murphy talvez não saibam que “O Professor Aloprado”, um de seus filmes de maior sucesso, não é fruto de algum roteirista genial, mas o resultado da refilmagem de uma comédia clássica. E genial mesmo era Jerry Lewis, que dirigiu e interpretou o verdadeiro “O Professor Aloprado” em 1963, apontado pelos críticos como seu melhor filme.
Um dos maiores comediantes da história do cinema, Lewis morreu na manhã deste domingo, 20, em sua casa, em Las Vegas. Estava com 91 anos. A causa da morte não foi oficialmente confirmada, mas, pelo Twitter, a família do comediante disse que ele faleceu “de causas naturais” e com os “familiares por perto”.
Fã confesso de Charlie Chaplin, Jerry Lewis foi apontado como um de seus mais distintos sucessores. Nos anos 1950, o comediante tornou-se famoso no showbiz, especialmente quando formou uma dupla com Dean Martin durante dez anos (de 1946 a 1956). Seu talento era tamanho que logo Lewis começaria a escrever e a dirigir os próprios filmes. Era meticuloso na criação das cenas e buscava o humor não apenas pelas caretas, das quais era mestre, mas na forma inusitada.
É o caso, por exemplo, de “A Farra dos Malandros”, de 1954, que já oferece uma cena clássica, no estádio dos Yankees (contar seria estragar um prazer). Ali, estava bem definida a função de cada um na dupla – Martin, bonitão e voz aveludada, compunha uma parceria perfeita com Lewis que, com seus trejeitos, era o Idiota (ele próprio chamava assim o personagem). A combinação era explosiva e só terminou quando Martin cansou de ser escada nas piadas para Lewis.
Enquanto estiveram juntos, porém, conquistaram uma enorme popularidade, sendo tratados com veneração pelos fãs. O toque definitivo de suas comédias foi dado pelas mãos do diretor Frank Tashlin, que se juntou à dupla em 1955. Oriundo dos desenhos animados, especialista em Pernalonga e mestre da gag visual, Tashlin era uma presença crítica no set de filmagem e controlava qualquer excesso danoso da dupla.
“Artistas e Modelos” (1955) foi o primeiro filme que rodaram juntos e já trazia o humor de quadrinhos. Em seguida, veio “Ou Vai ou Racha” (1956), que marcou o fim da parceria entre Martin e Lewis – o cantor não aceitou mais perder espaço para Lewis e seu tremendo ego. A separação provocou uma comoção popular, além de alimentar o interesse sobre como sobreviveria a carreira de cada um.
Apesar de não desejar a saída do parceiro, Jerry Lewis tornou-se o responsável completo por seus projetos, escrevendo, produzindo, dirigindo e interpretando seus filmes. O início foi promissor e alguns de seus primeiros filmes (“O Terror das Mulheres”, de 1961, e “O Professor Aloprado”, de 1963) chamaram a atenção da crítica, especialmente a francesa que o transformou em divindade, passando a discutir seus filmes com profundidade.
Se por um lado o excesso de tapinha nas costas contribuiu para o reconhecimento de seu talento, também o encheu de confiança, o que deixou alguns de seus filmes tendendo ao sentimentalismo. Até que, em 1970, com “Qual é o Caminho do Front?”, o público o abandonou.
Suas aparições rarearam e ele só voltou a ser notícia ao estrelar “O Rei da Comédia” (1983), de Martin Scorsese, em um estupendo papel sério, e o sucesso na Broadway com o musical “Malditos Ianques”, em 1995. Sua reputação foi arranhada com o lançamento de biografias que o apontam como um ególatra insuportável, mas Lewis, apesar de aposentado do showbiz, continuou fazendo aparições, especialmente em programas beneficentes como o Teleton.
Sua saúde, na verdade, o preocupou nos últimos anos, quando sofreu uma cirurgia no coração em 1983 e outra para tratar de um câncer, em 1992. Em 2003, submeteu-se a um processo de recuperação do vício de drogas legais, sofreu um ataque do coração em 2006 e ainda possuía fibrose pulmonar – doença respiratória crônica que só é controlada com remédios poderosos.
Artistas do Brasil e do mundo se despedem do mestre Jerry Lewis
Morto aos 91 anos neste domingo, dia 20, em Las Vegas, o americano Jerry Lewis deixou quase 50 filmes realizados ao longo da carreira de cinco décadas – entre eles, obras brilhantes como “O Professor Aloprado”, de 1963.
Ator, comediante e diretor, Lewis provocava o riso. Era um provocador, no melhor sentido da palavra. E sua marca no humor, desde o início de carreira, no período do pós-guerra, na década de 1950, é sentida até hoje. Com a notícia da sua morte, artistas impactados por Lewis em suas vidas e carreiras prestaram suas homenagens nas redes sociais.
“Aquele bobo não era um idiota. Jerry Lewis foi um gênio inegável e uma bênção incomensurável, a comédia em absoluto”, escreveu Jim Carrey no Twitter. Idiota era um termo pelo qual Jerry Lewis era conhecido no início da sua carreira.
“Jerry Lewis, o céu está cada vez mais incrível”, escreveu, também no Twitter, Leandro Hassum – que teve a oportunidade de contracenar com o veterano comediante. Bruno Mazzeo foi outro brasileiro que se manifestou: “Jerry Lewis se vai e com ele um pedaço da minha infância”.
“Oh, não! Jerry Lewis acabou de morrer. Outra lenda da comédia nos deixou. (Dean) Martin e Lewis eram os Beatles da comédia. Ninguém foi tão grande!” escreveu o ator e comediante americano Rob Schneider.