Aterro sanitário de Santo André tem três anos de vida útil

Aterro de Santo André é um complexo de tratamento e destinação final de resíduos sólidos (Foto: Divulgação)

Destino de resíduos domésticos em Santo André, o Aterro Sanitário, localizado entre os bairros Parque Gerassi e Cidade São Jorge, tem vida útil somente até 2020, segundo o superintendente do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), Ajan Marques de Oliveira. Por sua vez, o prefeito Paulo Serra (PSDB) diz que estuda ampliação da área para aumentar a capacidade de depósito do lixo.

Em entrevista ao RDtv, Ajan assegura que busca junto à Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) autorização para ampliar a vida útil pela utilização do terreno para 2022, a fim de adotar medidas para impedir um novo fechamento da área, a exemplo de 2010. “Nesse prazo de cinco anos, a gente pretende iniciar os estudos para implantação de uma usina de tratamento e reciclagem de resíduos sólidos”, projeta o executivo.

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Serra, porém, não cogita mudar o endereço, embora confirme a necessidade de expandir a área para depósito dos resíduos. “A gente trabalha, junto à Cetesb, a ampliação da capacidade do aterro dentro da área que existe hoje, e pensar, em um segundo momento, na ampliação da própria área. Temos terrenos no entorno que não têm capacidade produtiva, porque são vizinhos ao próprio aterro”, diz.

Por enquanto, o governo ainda analisa uma solução ao iminente impasse em torno do aterro, que opera desde 1986. O local chegou a ser interditado pela Cetesb há sete anos, por receber demanda de resíduos domésticos acima da capacidade. Somente em 2014, a Prefeitura de Santo André teve autorização da companhia para reabertura do espaço, após obras de ampliação.

Atualmente, a área recebe 100% dos resíduos domésticos considerados como lixo úmido – materiais orgânicos e não recicláveis – produzidos na cidade, totalidade que corresponde a 630 toneladas por dia. Próximo ao local, na Cidade São Jorge, há duas cooperativas de reciclagem que recuperam 12% das 35 toneladas diárias de produtos coletados, como lixo seco, algo em torno de 4,2 toneladas.

Segundo relatório da Cetesb, o aterro tem projeto de remediação autorizado para recuperação do solo, mas ainda não está em execução. O espaço tem agentes contaminantes, como metais, metano, solventes e fenol. A estatal proibiu escavações no local e a água subterrânea já se encontra impactada pela poluição.

PPP

Ventilada em 2013, a construção de uma usina de incineração de lixo, prevista para divisa entre Santo André e Mauá, está descartada pelo governo andreense. “Não vi um modelo em que a conta fecha. Se houver alternativas, claro que a gente vai atrás, mas o investimento ainda é muito alto. Em São Bernardo, foi feita a PPP, agora revogada, e a operação não se manteve no ponto de vista econômico”, descarta o prefeito Paulo Serra.

A usina de incineração de lixo citada como exemplo por Serra estava prevista na PPP (Parceria Pública-Privada) entre a Prefeitura de São Bernardo e o Consórcio SBC Valorização de Resíduos Revita e Lara. O empreendimento era aguardado para região do Grande Alvarenga e converteria parte do lixo em energia de 22 MW/h, que seria vendida e auxiliaria para iluminação pública e de domicílios.

Assinada em 2012 pelo ex-prefeito Luiz Marinho (PT), a PPP previa destinação de R$ 4,3 bilhões do poder público à concessionária por diversos serviços de limpeza urbana em São Bernardo e pela construção da usina. Entretanto, o empreendimento esbarrou na falta de licença ambiental da Cetesb e ficou apenas em promessas após a rescisão contratual entre o governo do prefeito Orlando Morando (PSDB) com o Consórcio SBC VR em julho.

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