O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou, nesta segunda-feira (14/08), que adotará medidas pela liberação de créditos retidos e provenientes do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para o fomento do setor ferramenteiro e automotivo na região, na visita à fábrica da Volkswagen, em São Bernardo. Entretanto, não há prazo e nem estimativa de valores por parte do Estado, enquanto o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC pede cerca de R$ 5 bilhões.
Alckmin prestigiou o anúncio de investimento em R$ 2,6 bilhões da Volkswagen à planta Anchieta, que já recebeu a produção do Novo Polo – com estimativa de chegar ao mercado em novembro – e contará com o sedan Virtus – programado para o primeiro trimestre de 2018. Durante a visita, o governador recebeu o pedido de representantes da montadora e figuras políticas da região para facilitar a liberação do ICMS.
Ao falar para empresários, figuras políticas e imprensa, Alckmin assegurou que facilitará o retorno do crédito por meio do programa Pró-Veículos. “Nesse programa, procuramos liberar o mais rápido o crédito acumulado de ICMS para investimentos no Estado de São Paulo. Existem critérios de uma câmara técnica e é óbvio que a Volkswagen, na medida em que investe, tem absoluta prioridade”, declarou.
Antes do governador se pronunciar, o prefeito de São Bernardo e presidente do Consórcio Intermunicipal, Orlando Morando (PSDB), antecipou os agradecimentos pela liberação de crédito para fomentar a indústria ferramenteira e reafirmou medidas ao setor econômico. “Vou enviar neste ano o projeto de lei (à Câmara dos Vereadores) que garante a redução (da alíquota) do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) para empresas que gerarem emprego. A medida será válida já em 2018”, disse.
O governador recebeu em mãos o protocolo de intenções assinado pela entidade regional, Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, e representantes dos setores de autopeças e automotivo, como a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). No documento, os recursos liberados pela linha de crédito serão para compra exclusiva de matéria das empresas ferramenteiras no Estado.
Segundo o secretário-executivo da Agência de Desenvolvimento, Giovanni Rocco, as seis fabricantes da região (Volkswagen, Ford, Toyota, Mercedes-Benz, Scania e General Motors) têm R$ 6,2 bilhões retidos junto ao Estado. “Desenvolvemos um estudo reverso do fluxo de capital, se ele for injetado no setor de ferramentaria. Porque aí temos a compra de matéria prima e todos os processos na produção ferramental que vão fomentar a cadeia como um todo”, projetou.
Volkswagen
Presidente e CEO (Chief Executive Officer) da Volkswagen do Brasil, David Powels, anunciou que além do Novo Polo e Virtus, o País receberá, até 2020, novos modelos de SUV (Sport Utility Vehicle) e de uma picape. Entretanto, ainda não está definida qual planta receberá a linha de montagem dos futuros veículos. O investimento de R$ 2,6 bilhões à planta Anchieta faz parte do aporte total e R$ 7 bilhões às fábricas brasileiras.
Os novos modelos na planta Anchieta passarão pela nova arquitetura para a produção de veículos denominada MQB, tipo de montagem mais moderno da Volkswagen. “O Polo será mais que um carro. Será embaixador de uma nova Volkswagen. Ele chega para atender a uma classe média moderna, que não apenas busca mobilidade, mas também conectividade, tecnologia, segurança e design”, avaliou.
Fundada em 1957, a fábrica da Anchieta produz atualmente o Novo Polo e a Saveiro, desde que o Gol foi totalmente transferido para planta de Taubaté. A unidade em São Bernardo concentra cerca de 8 mil dos 16 mil trabalhadores da montadora pelo Brasil. Ainda, porém, não há projeção para ampliação da mão de obra com as chegadas dos modelos mais recentes.