Juros futuros reagem a resultado da votação da Câmara e fecham em baixa

Os juros futuros fecharam a sessão regular desta quinta-feira, 3, em queda firme, especialmente nos vencimentos longos, mais sensíveis à percepção do risco político. O principal condutor das taxas foi a repercussão positiva da decisão da Câmara dos Deputados, que ontem aprovou o relatório do deputado Paulo Abi-Akel (PSDB) que pedia a rejeição da denúncia contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva. Na avaliação do mercado, o resultado, ainda que já esperado, pode trazer alguma estabilidade política que possibilite a retomada das negociações para a reforma da Previdência.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2018 (218.980 contratos) fechou em 8,185%, de 8,210% no ajuste de ontem, e o DI para janeiro de 2019 (383.640 contratos) encerrou na mínima de 7,96%, de 8,02% no ajuste de ontem. A taxa do DI janeiro de 2021 (294.080 contratos) encerrou em 9,15%, de 9,23% no último ajuste, e a do DI janeiro de 2023 (57.265 contratos) caiu de 9,81% para 9,72%.

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Ainda que o número de votos favoráveis à rejeição da denúncia, 263, tenha ficado aquém dos quase 300 esperados e dos 308 necessários para a aprovar a reforma da Previdência, o mercado valorizou o fato de o número ter sido muito acima dos 172 que era necessário para barrar a denúncia. “Ficou claro que a oposição ficou muito enfraquecida”, disse um gestor. A oposição precisava de 342 votos para que o relatório fosse rejeitado, quando apenas 227 foram contrários.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta tarde de quinta-feira acreditar na aprovação da reforma da Previdência e que a expectativa é de que seja votada antes da reforma tributária. Sobre o placar de votação ontem, o ministro disse que “uma coisa é votar contra o governo, outra é votar reformas”.

No exterior, os yields dos Treasuries estão em baixa, tendo ampliado o recuo na parte da tarde. Além da reação à decisão do Banco da Inglaterra (BoE), de manter seu juro básico em 0,25% – com apenas dois votos dissidentes, de três no encontro anterior – e reduzir projeções de crescimento do Reino Unido para este e o próximo ano, os títulos dos EUA também são pressionados pelo recuo das cotações do petróleo e expectativa de um payroll fraco nos EUA. Às 16h41, a taxa da T-Note de dez anos estava em 2,221%, do nível de 2,27% visto ontem.

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