Aliança de Márcio França e Alckmin não está ameaçada, diz Cicote

Presidente da Câmara dos Vereadores de Santo André, Almir Cicote (PSB) afirmou, em entrevista ao RDtv desta terça-feira (25/07), que a relação do governador Geraldo Alckmin (PSDB) com o vice Márcio França (PSB) não é colocada em xeque no PSB. Segundo o parlamentar, o socialista tem a candidatura ao governo paulista inabalada, assim como a adesão ao tucano, caso entre na disputa presidencial no próximo ano.

Internamente no PSB, existe a certeza de que o PSDB não largará de mão a candidatura ao Palácio dos Bandeirantes, onde ocupa o comando do Estado há 22 anos. O nome mais forte para suceder Alckmin, por ora, é o do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB). Mesmo com esse cenário, não há impedimento do governador para a montagem do arco de alianças do PSB com partidos que dão sustentação ao governo paulista, fator decisivo para o tempo de televisão durante a propaganda eleitoral.

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Almir Cicote teve 28.070 votos em 2014

“Entendemos que o Alckmin tem a candidatura à presidência (da República) consolidada e acredito pelo próprio PSDB. E acho difícil o Márcio França, mesmo não tendo o apoio do PSDB, não apoiar o governador à eleição (presidencial), e nada inviabiliza a candidatura dele ao governo do Estado. Independentemente da articulação do PSDB”, descreve.

A candidatura de Alckmin ao Palácio do Planalto é costurada há meses, mas sofreu impacto em abril, quando seu nome entrou na rota da Operação Lava Jato. Na ocasião, o governador foi citado por três delatores da Odebrecht junto à Procuradoria-Geral da República por recebimento de R$ 10,7 milhões em caixa dois.

No entanto, o vazamento da gravação do senador e hoje presidente licenciado do PSDB nacional Aécio Neves (MG) com o dono da JBS, Joesley Batista, em maio, virou preocupação de alas tucanas ligadas ao senador José Serra e ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por uma ascensão de Doria.

Segundo fontes tucanas, em meio a esse racha e receio da força midiática e nas redes sociais do prefeito paulistano, Alckmin segue forte internamente ao pleito presidencial e deve ter o nome confirmado no fim deste ano.

Em meio à disputa interna no PSDB, o PSB tem no horizonte a manutenção de palanque a Alckmin na eleição nacional e trabalha internamente para França na construção do arco de alianças. “Acredito que o PSB não seja terceira via não, é um partido que disputa forte ao governo do Estado”, projeta Cicote.

PSB andreense pode ter duas candidaturas para Assembleia

Ex-prefeito Aidan Ravin

Com candidatura prevista para deputado estadual pela segunda vez, Cicote – teve 28.070 votos em 2014 – citou ao RDtv o ex-prefeito Aidan Ravin como outro candidato do PSB a uma das 94 cadeiras da Assembleia Legislativa. “Tenho uma relação tranquila com Aidan e tem todo o direito de disputar a deputado estadual. Isso será bom ao partido”, minimiza o vereador.

Uma possível avaliação do ex-prefeito para a disputa pelo Parlamento paulista é o coeficiente eleitoral. Numa projeção aproximada, os socialistas acreditam que a linha de corte para a Assembleia Legislativa seja de aproximadamente 50 mil votos, enquanto à Câmara dos Deputados, um candidato possa se eleger com cerca de 100 mil sufrágios.

Em 2014, Aidan foi postulante a deputado federal, mas angariou 50.473 votos e não foi eleito. Naquele ano, inclusive, a linha de corte da legenda para promoção à Câmara dos Deputados foi de 90.437 sufrágios, número conquistado pelo parlamentar Flavio Augusto da Silva, o Flavinho.

Já ao Legislativo paulista no mesmo pleito, o menos votado e eleito imediatamente pelo PSB foi Adilson Rossi com 47.428. Neste ano, com a posse de Atila Jacomussi (PSB) ao comando da Prefeitura de Mauá, a sua cadeira foi ocupada por Junior Aprillanti, que contabilizou cerca de 37 mil votos. Esse cenário motivaria Aidan, que vem de três derrotas seguidas nas urnas (também em 2012 e 2016 à eleição pela Prefeitura de Santo André), a disputar ao cargo de deputado estadual.

Procurado pelo RD, o ex-prefeito andreense não foi localizado.

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