Um dos principais polos industriais do Brasil, o ABC, terá nos próximos meses, medidas do governo federal pelo incentivo tecnológico, aumento da produtividade e consultorias para pequeno e médio empresário. Esse foi o acordo fechado, nesta segunda-feira (24/07), entre o ministro da Indústria e Comércio Exterior, Marcos Pereira (PRB), com a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC.
Em reunião na sede do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, ficaram estabelecidas três ações por parte da União. Uma das etapas é o Programa Nacional Conexão Startup-Indústria, elaborado pela ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial). “O programa visa selecionar algumas empresas para conexão entre a indústria e setores de inovação. Aqui temos muitos jovens e universidades”, pontua o ministro.
A medida tem como projeção investimentos de R$ 50 milhões nos próximos três anos para promoção de startups, a fim de promover a integração digital e tecnológica na produção industrial. Pelo edital lançado neste ano, o processo seletivo, sob responsabilidade e a critérios da ABDI, já promoveu 100 startups – em meio a quase 400 interessadas –, dez indústrias e 20 instituições de apoio.
“No Brasil, as startups acreditavam que a indústria só pensava no passado, e os industriais pensavam que as startups sabiam fazer apenas games. No mundo inteiro, porém, elas ajudam as industrias com tecnologias na redução de custos e aumento da competitividade. E temos uma startup do ABC para eficiência energética, para redução de custo”, afirma o presidente da ABDI, Luiz Augusto de Souza Ferreira.
Pereira ainda anunciou que serão lançados em até três meses, na região, o Programa Brasil Mais Produtivo e PNCE (Plano Nacional da Cultura Exportadora). Ambas as ações visam empresas de pequeno e médio portes. A primeira foca no incentivo à capacitação para ampliação da cadeia produtiva em postos de trabalho entre 11 e 200 empregados; enquanto o segundo trata-se de consultoria focada na exportação.
“Temos em casos de empresas que concluíram o Programa (Brasil Mais Produtivo), em outros estados do Brasil, um aumento de produtividade de 52%, em média. Há ‘cases’ de até 80%. Já o PNCE também é um plano de consultoria e visa atender empresas que nunca exportaram, que não exportam mais ou exportam esporadicamente”, completa o ministro.
Ao lado do prefeito de Santo André e presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, Paulo Serra (PSDB), Pereira também afirmou que o Ministério Indústria e Comércio Exterior estudará incluir a entidade regional no Fórum de Competitividade do Varejo, seja como membro efetivo ou colaborativo. Criado em 2015, o grupo reúne entidades do setor para uma agenda convergente no ramo comercial.
Parque Tecnológico
Ligado à política modernização, o Parque Tecnológico de Santo André, que terá a sua implantação inicial no terreno onde abrigou a indústria química Rhodia Têxtil, no bairro Bangu, já tem a liberação de R$ 5 milhões do CMPU (Conselho Municipal de Políticas Urbanas), desde quinta-feira (20/07). O governo andreense projeta que essa etapa sairá do papel ainda em 2018, após longa novela que perdura pelo menos sete anos.
Serra trata o parque como um futuro polo regional e a área do Rhodia abrigará incubadoras de empresas e startups. “A saída da crise (econômica) das cidades está ligada diretamente à geração de emprego e renda e à retomada da atividade. (…) Com a palavra do ministro, vamos acelerar as intervenções no prédio para instalar o mais rápido o centro de inovações”, garante.