O Hospital Beneficência Portuguesa de São Caetano ampliou o leque de serviços e desde a semana passada conta com um Centro de Tratamento de Feridas na unidade. O novo espaço, inédito na região, e também em São Paulo, tem como prioridade o atendimento de cicatrização de feridas crônicas e casos com dificuldades de cicatrização. A informação foi dada pelo cirurgião vascular, Sergio Tiossi, responsável pelo serviço, em entrevista ao RDtv.
De acordo com o médico, a ideia é antiga e vinha sendo amadurecida pela direção do hospital, que também apostou na iniciativa. O profissional já havia tentado implementar o serviço em hospital público, mas não conseguiu.
O centro é composto por equipe médica com três cirurgiões vasculares, um cirurgião plástico e equipe de enfermagem. Atualmente estão sendo atendidos 22 pacientes na unidade.
“Vamos conseguir aumentar esse tipo de atendimento e dar mais atenção aos pacientes. Nossa ideia com o centro é fazer um tratamento mais precoce, mais intensivo e programar uma cicatrização extremamente rápida”, afirmou Tiossi.
O profissional destaca ainda que esse tipo de lesão requer atenção e muitas vezes necessita de um atendimento mais abrangente em conjunto com outros profissionais. Além disso, comentou que em muitos casos os pacientes não tem o cuidado necessário com as lesões.
“A gente vê com certa frequência que esses pacientes têm cuidados com as feridas, mas não de uma forma adequada interdisciplinar com todas as especialidades. Não basta simplesmente tratar a ferida, mas sim o paciente como um todo”, diz.
Além do Centro de Tratamento de Feridas, o médico também falou de algumas doenças relacionadas a especialidade vascular, entre elas a varizes, que é principal e mais frequente na modalidade periférica. “Se formos analisar criteriosamente, 80% das pessoas com mais de 40 anos têm varizes em algum grau”, aponta.
No caso da doença, o profissional explicou ainda que geralmente a incidência é maior quando existe histórico familiar do problema. Além disso, afirmou que 2/3 dos casos de varizes são diagnosticados em mulheres.
“Existem alguns agravantes nos casos de varizes como sobrepeso, tabagismo, sedentarismo, esforço excessivo”, ressalta. Em relação as pessoas que costumam usar salto alto, explicou que esse tipo de sapato causa dor nas pernas, mas que não estão relacionadas com a doença, que oscila entre grau 1 (alteração estética, mais leve) até o 6 (mais avançado, causando úlcera de difícil cicatrização e feridas).
Tiossi também explicou que existem três grupos de doenças vasculares, as arteriais, as venosas e as linfáticas sendo que qualquer distúrbio dentro desse sistema resulta em alguma doença vascular.