Ao contrário de alguns setores que ainda não conseguiram decolar por conta da atual crise política e econômica, o segmento de venda de embalagens e acessórios de papelão ondulado já sente reflexos significativos de melhora. É o que ocorre com a Mazurky, instalada no bairro Assunção, em São Bernardo, que fechou o primeiro semestre com alta de 23% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado.
O bom resultado segue alguns índices divulgados recentemente pelo IBGE, que registrou crescimento de 0,8% na indústria de abril para maio. Considerando apenas o mês de maio, a alta foi de 4%, quando comparado a 2016. Além disso, dados da Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO) também reforçam a melhora do mercado. As vendas cresceram 5,75% em maio de 2017 na comparação do mesmo período de 2016.
“Entendo que o mercado está voltando a ter confiança e a demanda tem aumentado. A economia está se descolando da política. Nosso produto é um termômetro, o segmento está com crescimento significativo e demonstra uma reação”, afirma o diretor da empresa, Eduardo Mazurkyewistz.
O empresário também destacou que o setor de papelão serve como termômetro para medir como vai a economia. “Nosso segmento é o primeiro a sentir quando tem queda, mas também é o primeiro a sentir quando existe retomada”.
De acordo com as informações a empresa possui capacidade de produção instalada de 400 toneladas/mês. Atualmente o volume fabricado é de cerca de 300 toneladas/mês. A expectativa, no entanto, é continuar com o mesmo viés de crescimento neste semestre e atingir a capacidade total de produção em até dois anos.
“Tudo indica que o que está acontecendo não é pontual e sim algo que veio realmente para ficar. Estamos retomando o que ocorreu em 2014, em relação ao volume que produzíamos”, diz Eduardo.
Modernização
A direção da empresa ressalta que se preparou, e mesmo vivendo momento difícil no ano passado, realizou investimentos em modernização e tecnologia, visando aumento de capacidade de produção. Com isso, o parque de produção ganhou novo maquinário, uma impressora automatizada em três cores. “Naquele momento a gente não precisava, mas entendemos que era uma oportunidade por conta de conseguirmos pagar um preço muito melhor”, diz Mazurkyewistz.
O reflexo na alta de produção, com demanda constate, fez com que a empresa passasse a operar em dois turnos efetivos para suprir o trabalho. Com isso, nos últimos dois meses foram contratados mais 10 funcionários.
A Mazurky possui carteira de produtos bastante pulverizada e chega produzir cerca de 80 itens diferentes por dia. Atendem o ramo alimentício, farmacêutico, cosmético, automobilístico, informática, moveleiro e vestuário, entre outros.
“Este foi um dos motivos da gente não sofrer tanto com a crise que o correu no passado. Tenho concorrentes que eram centralizados no setor automotivo e outros ramos que registraram queda. Esses, infelizmente, acabaram não sobrevivendo”, conclui.