Apesar da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Eletropaulo ser encerrada no dia 6 de setembro (caso não seja pedida a sua prorrogação), o presidente e o relator da Comissão, Samuel Alves e Pastor Zezinho Soares (ambos do PSDB), respectivamente, já planejam levar o relatório final para a Assembleia paulista. Em entrevista ao RDtv, nesta terça-feira (4), os parlamentares fizeram críticas a falta de informação da concessionária.
“Vamos levar esse relatório para o Ministério Público, mas também levaremos cópias para a Prefeitura (de São Bernardo) e para a Assembleia. Nossos deputados (estaduais) precisam saber dos problemas, de como os serviços da Eletropaulo não são prestados da forma correta em São Bernardo. Acho que essa é a primeira CPI contra a Eletropaulo no Estado”, disse Alves.
Nos últimos dez anos, foram realizadas três CPIs contra a concessionária de energia elétrica. Em 2008, uma comissão foi instaurada pelos deputados estaduais. Em 2011, duas investigações foram feitas pelas Câmaras de São Paulo e de Mauá. Em 2013, a então deputada estadual Vanessa Damo (PMDB), tentou novamente investigar a AES Eletropaulo, porém a CPI não saiu do papel devido à falta de apoio político ao projeto.
Mas antes de enviar o relatório, os vereadores ainda aguardam uma série de informações sobre a concessionária. Entre os assuntos estão o lucro que a empresa tem no município, o quanto é ganho em torno do uso dos postes de energia por empresas de telefonia e internet e a quantidade de multas que foram pagas pela Eletropaulo.
“Demos sete dias para que as respostas sejam enviadas para a CPI. Queremos saber desses detalhes e também queremos que isso seja exposto para a população. Recebemos uma série de reclamações da população, de falta de energia, de eletrodomésticos que são prejudicados após a volta da energia elétrica com um pico muito grande. E também existe a questão do atendimento, só existe uma central para atender os munícipes”, explicou Soares.
O atendimento foi o motivo das principais críticas dos tucanos na entrevista e também durante a oitiva do diretor de Relações Institucionais da AES Eletropaulo, Marcos Augusto Mesquita Coelho, na última sexta-feira (30/6). “Eles (representantes da concessionária) falaram que tem o serviço de call center para o atendimento, mas sabemos como isso funciona. Não é possível ter apenas um posto de atendimento para uma cidade de 900 mil habitantes”, disse Samuel Alves.
“O local é pequeno, se passa de 15 pessoas, os munícipes ficam do lado de fora, passando calor ou na chuva. Não podemos admitir esse tipo de situação. Queremos um bom atendimento para todos”, concluiu Zezinho Soares.