A relação do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), com o Legislativo foi do inferno para o céu em 14 dias. Após ver a reprovação de seis projetos do Executivo, o verde conseguiu firmar o apoio da maioria dos vereadores. Durante a sessão desta quinta-feira (22), os vereadores anunciaram o fim do G12, após a “bancada do Água Santa” aceitar o comando de duas secretarias. Oposicionistas ainda tentam garantir os acordos já firmados.
O acordo firmado faz com José Carlos Gonçalves (PPS) retorne ao comando da Secretaria de Transportes, enquanto Paulinho Correria (PEN), ex-secretário de Cultura, assume a Pasta de Esportes. Segundo o líder de governo, Célio Lucas de Almeida, o Célio Boi (PSB), a oficialização das mudanças no primeiro escalão deve ocorrer até a próxima semana.
Segundo informação dos bastidores do Paço, chegaram a ser oferecidos por intermediários do governo alguns cargos na Secretaria de Saúde, porém Lauro Michels retirou a proposta. A Pasta foi alvo das negociações no início do ano, antes de a “bancada do Água Santa” deixar a base aliada do verde.
Assim, os vereadores Salek Aparecido e Pretinho do Água Santa (ambos do DEM), e Audair Leonel, Companheiro Sérgio e Boquinha (ambos do PPS) voltam a apoiar o governo, algo que não acontecia desde a eleição da mesa diretora, em janeiro. Os cinco vereadores aliaram-se com a oposição (PT/PRB/PR) e formaram o bloco que dominou a Casa por quase seis meses.
Com 14 dos 21 vereadores em sua base, Michels poderá enviar alguns projetos que não tinham o apoio da maioria como a reforma administrativa e o pedido de saída de Diadema do Consórcio Intermunicipal Grande ABC. Célio Boi garante que essas propostas não foram debatidas internamente. “Não tem projetos grandes que estão no debate. Tem uma coisa ou outra menor, mas nada, além disso, foi debatido pelo governo”, afirma.
Atraso
Nos bastidores, o clima esquentou no então G12. Foram realizadas algumas reuniões que fizeram que com que a sessão começasse com 30 minutos de atraso e que fosse suspensa antes da votação dos projetos. Alguns vereadores se exaltaram durante os debates, apesar de oficialmente todos desmentirem qualquer tipo de situação mais grave.
O motivo do forte debate é o acordo firmado para aprovação de algumas matérias, como a que obriga a Prefeitura a enviar a minuta do edital de PPPs (Parcerias Público-Privadas) junto com o projeto. A propositura de autoria do vereador Josa Queiroz (PT) foi aprovada em primeira votação por 12 votos a seis. Porém nesta quinta acabou adiada pelo próprio petista, após o fim do G12.
“Pedi o adiamento por três dias para tentar salvar esse projeto. Não tem problema nenhum na mudança para o governo, porém os acordos devem ser mantidos. Eles não podem voltar a apoiar o governo ficando de quatro, por isso vamos conversar e ver se vamos manter o que foi acordado anteriormente”, explicou Queiroz. A proposta volta à pauta da Câmara na próxima quinta-feira (29).