Santo André é o primeiro município do ABC a ter uma Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN), estabelecida por meio de parceria entre a Prefeitura e a Cemulti (Cesari Empresa Multimodal de Movimentação de Materiais Ltda.). O termo, que cria a área de proteção, foi assinado nesta terça-feira (20), pelo prefeito Paulo Serra (PSDB), e o representante da empresa, Ruben Armando Espioza Munoz.
O pedido para criação do espaço, batizado de Nascentes do Rio Mogi, com 48.042.47 hectares, foi feito pela própria empresa que encomendou um estudo a Fundação Florestal e constatou a existência de Mata Atlântica ainda intacta com fauna e flora características da região. Com a parceria, a área passa a integrar o Sistema Nacional de Unidade de Conservação, conforme lei federal 9.985/2000. No Estado existem outras 87 RPPNs que preservam cerca de 21,6 mil hectares.
Serra explica que a composição de uma RPPN é uma das alternativas de compensação ambiental prevista em lei e acredita que essa é uma forma inovadora de preservar o bioma de Santo André. “O município tem 51% de seu território em área de proteção ambiental e agora temos uma área que representa meio milhão de metros quadrados que vão permanecer intocáveis”, diz.
Munoz explica que a área foi adquirida em 2007, e o estudo da Fundação Floresta encomendado em 2010 identificou 250 espécies de fauna e flora. “Foram constatados a presença de jaguatiricas, uma grande diversidade de aves, além de animais específicos da região, como um tipo de sapo. Essa é a primeira ação que fazemos nesse sentido. Agora queremos levar a ideia para outras cidades como Cubatão, onde temos uma área com o mesmo potencial”, explica.
Além da criação da RPPN, a empresa também está executando um reflorestamento de 6 mil mudas de árvores de Mata Atlântica em uma área de 15 mil metros quadrados, por conta de uma compensação ambiental a pedido da CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).
O secretário de Meio Ambiente, Donizeti Pereira, salienta que o local tem muitas nascentes que ajudam a manter a represa Billings. “Preservando esse espaço mantemos o reservatório funcionando”, destaca. Além disso, o secretário não descarta que novas parcerias sejam firmadas para preservações de outras áreas no município. “Se houver espaços não há nenhum impeditivo. Neste caso, a iniciativa foi da empresa que nos procurou, apesar de já termos firmado parcerias em outras áreas”, adianta.
Pereira faz referência ao fato de a empresa ceder espaço para estacionamento na próxima edição do Festival de Inverno de Paranapiacaba, que ocorre nos dois últimos finais de semana de julho. “Haverá capacidade para 5 mil carros e infraestrutura para atender o público”, salienta.