Profissionais da área de educação precisam lidar com diferentes perfis e os mais diversos históricos de comportamento. A dislexia, por exemplo, é um problema que afeta milhares de crianças ao redor do mundo, entretanto, muitas vezes não é identificado precocemente e pode trazer prejuízos no desempenho escolar. Neste caso, entra em campo a dificuldade na aprendizagem.
O transtorno afeta a área da escrita, da leitura e também da soletração, sendo um dos principais casos encontrados nas salas de aula do mundo inteiro, com incidência maior entre 5% a 17% da população mundial. O distúrbio está relacionado ainda a instâncias que não decorrem de causas educativas, mesmo após mudança na abordagem educacional do professor, o aluno continua apresentando os mesmos sintomas.
Sobre essa questão, o Colégio Arbos, em São Bernardo, realizou um encontro este mês entre fonoaudiólogos e psicopedagogos, da Clínica Alcance, para orientar professores sobre como identificar problemas de aprendizagem entre os alunos. A unidade realizou ainda duas oficinas simultâneas sobre estratégias de alfabetização e produção de texto. Mais de 150 profissionais estiveram no encontro.
De acordo com a fonoaudióloga Maria Fernanda Oberling, a cada 100 crianças 10% possui algum tipo de dificuldade, seja transtorno de linguagem ou outro distúrbio na aprendizagem. “Logo no começo do processo de educação, entre 4 a 5 anos, as escolas conseguem sinalizar que algo não funciona bem e podem encaminhar o aluno para uma avaliação com um profissional”, explica a fonoaudióloga da Clínica Alcance, instalada em São Bernardo.
Maria Fernanda explica que o encontro foi realizado por conta dessas crianças, que demoram mais tempo no processo de alfabetização e não conseguem caminhar com as demais. “A escola chama os responsáveis para avisá-los que a criança passa por algum tipo de dificuldade e quanto mais cedo for acompanhada, mais rápido será resolver ou aprender a lidar com o problema”, reitera.
As principais dificuldades de aprendizagem estão associadas a algum comprometimento no funcionamento de certas áreas do cérebro. Já estudantes que apresentam sintomas relativos a problemas de atenção, ansiedade ou agitação desenvolvem o quadro por causa de algum conflito pessoal, familiar e não por mal funcionamento fisiológico.Exemplos de dificuldades de aprendizagem:
Disgrafia: dificuldade na escrita. Isso inclui, principalmente, erros de ortografia como trocar, omitir e inverter letras.
Discalculia: alunos são afetados, principalmente, em sua relação com a matemática. Os sinais envolvem dificuldades em organizar, classificar e realizar operações numéricas.
Dislalia: dificuldades na fala. Podem ter alterações na formação normal dos órgãos fonadores dificultando a produção de certos sons da língua.
Déficit de Atenção e Hiperatividade: baixa concentração, inquietude e impulsividade. Foi constatado que uma das causas é genética e que há implicações neurológicas. (Colaborou Amanda Lemos)