Mesmo com tática de enfrentamento, o governo do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), sofreu uma dura derrota na Câmara durante a sessão desta quinta-feira (8). Dos seis projetos que estavam na ordem do dia do Legislativo, quatro foram rejeitados pela maioria dos vereadores. Oposição prevê dificuldades futuras ao Executivo.
A tensão entre os governistas era nítida. A sonora derrota começou com a rejeição de dois requerimentos do líder de governo, Célio Lucas de Almeida, o Célio Boi (PSB). O primeiro pedia a inversão de pauta e o segundo era para que o secretário de Defesa Social, Marcelo Soffner, explicasse duas das seis pautas, porém, ambas foram rejeitadas em votações nominais.
O primeiro projeto de lei que entrou em pauta foi o convênio entre a Prefeitura e o Governo do Estado em torno do projeto ‘Vivaleite’, programa estadual de entrega de leite. A proposta era para que o Executivo Municipal fosse o responsável pela fiscalização das entidades que distribuem o líquido para a população carente. Alegando falta de debate sobre o assunto, a propositura foi rejeitada por 11 a 8.
Na sequência, o único projeto aprovado. Uma parceria entre o Executivo e o Cartório de Registro de Imóveis, Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica, para fornecimentos de dados referentes aos registros de imóveis transferidos. A proposta avançou, pois haverá uma reunião entre vereadores e secretários para debatê-la. A oposição já deixou claro que no caso de não ter uma explicação clara do governo municipal, vai barrar na votação da próxima quarta-feira (14).
A terceira proposta foi sobre o Refis, propositura para que os munícipes tenham acesso ao parcelamento das dívidas junto ao município. Oposição quer dobrar o número de parcelas das dívidas de 18 para 36. E dar 100% de desconto nos juros para a população de baixa renda. Para evitar uma nova rejeição, o vereador Luiz Paulo (PV), pediu vistas e o projeto voltará ao plenário na próxima semana.
Também foi rejeitado o nome de Ricardo André Barros de Morais para assumir o cargo de ouvidor geral da Secretaria de Defesa Social. O “não” da maioria dos vereadores foi causado pelo posicionamento de Morais durante as eleições de 2016, quando começou o pleito apoiando Ambientalista Virgílio (Rede) para o comando do Paço, mas no segundo turno, marcou presença no palanque de Michels.
A quinta pauta – que também foi reprovada – foi sobre mudanças nas regras do Fundo Municipal de Assistência ao Serviço Funerário e Cemiterial. O debate foi sobre a destinação do valor deste fundo que a princípio era para resolver a manutenção do local. Porém, a base oposicionista revelou preocupação em torno da melhora do local, alvo de uma série de reclamações da população.
Uma das principais polêmicas também foi rejeitada, a maioria dos legisladores diademenses reprovou a renovação da concessão do estádio Taperinha para o CAD (Clube Atlético Diadema). A proposta interessava a ‘bancada do Água Santa’, pois o time está de olho no local para transformá-lo em seu CT (Centro de Treinamento).