Lembrado todo dia 5 de junho desde 1972, quando foi instituído pela ONU (Organizações das Nações Unidas), o Dia Mundial do Meio Ambiente chega ao ABC ainda com pouco a se comemorar, segundo especialistas. Os desafios das sete cidades abrangem a coleta seletiva de resíduos sólidos, preservações de áreas fluviais e vegetação e proteção às áreas de mananciais, entre outras ações.
“Não temos muito que comemorar na questão da conservação ambiental e preocupação com relação à natureza. É ruim, embora pudesse ser pior, pois há alguns municípios se organizando quanto ao saneamento”, aponta a ambientalista e professora da USCS (Universidade de São Caetano do Sul), Marta Marcondes. Segundo a docente, porém, falta ao poder público e sociedade civil a conscientização de que as pautas ambientais interferem na qualidade de vida nas grandes cidades.
“Tudo isso vai percorrer um caminho no qual questiona se as pessoas têm noção se o ambiente interfere na Saúde. Não é somente o poder público, mas a sociedade civil e as empresas precisam ter essa noção. Toda essa discussão ambiental agrega resíduos sólidos, recursos hídricos, cobertura florestal, poluição atmosférica e a contaminação do solo e a relação do ambiente com a saúde”, explica.
Professor do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Metodista, Bruno Garré, acredita que a população, quando esclarecida, se torna grande aliada na preservação ambiental. “No ponto de vista do poder público, não há o que comemorar de forma geral. Não me refiro a um governo específico, mas de forma geral, porque as pautas ambientais são colocadas em segundo plano”, discorre.
A maior preocupação de Garré é com a política fluvial, que segundo o mestre, é incipiente no ABC. “O que percebo é que as ações pela preservação da água fluvial estão muito devagar e poderiam melhorar. Qualquer chuva, todas as cidades alagam. Portanto, na gestão da água, há muito que fazer. Falta muito tratamento de esgoto”, completa.
Prefeituras projetam ações
O Repórter Diário buscou saber quais ações a população pode esperar e cobrar das prefeituras até o fim do mandato dos atuais prefeitos. Em Santo André, o governo diz que focará na redução em 10% os resíduos orgânicos enviados ao aterro municipal, incrementar em 20% a recuperação de materiais recicláveis coletados e expandir as áreas verdes dentro do perímetro urbano, entre outras ações.
A Prefeitura de São Bernardo destaca a importância de uma articulação de parceiros da sociedade civil organizada em ações de plantios de árvores, atividades socioeducativas capazes de difundir o valor e a importância da arborização urbana, pela melhoria da qualidade do ar. O governo em Ribeirão Pires diz que desenvolve projetos de preservação ambiental, como a implantação de uma unidade de conservação e de um parque linear.
Diadema informa que intensifica a fiscalização em áreas de preservação ambiental e adota medidas de sensibilização e orientação junto à população. “O plano dessa gestão é desenvolver e fortalecer a sensibilização e conscientização ambiental da população estreitando relações com os diversos setores da sociedade. Queremos investir na comunicação com os moradores”, explica Tatiana Capel, secretaria de Meio Ambiente.