Servidores municipais (foto) estiveram na Câmara de Santo André, nesta quinta-feira (1º), para reivindicar reajuste salarial de 15,57% e a ampliação do vale refeição para todas as categorias dos funcionários públicos, sendo que atualmente somente uma parte recebe o benefício. A data base para dissídio da categoria é dia 1º de abril.
Os trabalhadores pedem reajuste de 4,57% referentes à inflação dos últimos 12 meses e mais 11% de perda acumulada – pelas reposições inferiores à inflação dos últimos anos. Outras reivindicações da categoria são o abono salarial de R$ 1.500, plano de carreira, vale refeição de R$ 30 por dia, vale alimentação de R$ 350 a todos os servidores, entre outras.
Desde o fim de 2016, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santo André (Sindserv de Santo André) está sob intervenção judicial, por conta de suspeita de fraude na última eleição para presidente da entidade. Em 17 de abril, houve assembleia realizada na sede do sindicato, coordenada pelo administrador judicial, Marco Antônio Parisi Laura. Na ocasião, foi eleita uma comissão de cinco trabalhadores para a campanha salarial.
O servidor Francisco José Henrique da Silva afirma que apesar do pedido de 11% de reposição, há cálculos do Sindserv que mostram perdas salariais de até 72%. “Todos os anos entramos com essa reivindicação, mas não somos atendidos. Neste ano, protocolamos esse pedido para que o município parcele e quite essa dívida com a categoria”, diz.
Vale refeição
Entre as principais reivindicações está o vale refeição para todos os servidores. A categoria entregou aos vereadores um abaixo-assinado com mais de mil assinaturas que pedem o benefício. Atualmente, os funcionários que atuam no Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André (Semasa), serviço funerário, entre outros, recebem o vale, sendo que os demais recebem marmitex.
O servidor Rodrigo Gomes destaca que há muitos casos de marmitex que são entregues fora do horário do almoço, frias ou azedas. “Houve ainda uma situação de encontrarmos refeições com larvas”, lembra. O RD reportou o caso ocorrido em maio deste ano.
Além desses problemas, Gomes salienta que mesmo os trabalhadores que atuam próximos aos restaurantes da Prefeitura enfrentam problemas. “É o caso de motoristas, que por vezes estão trabalhando em horário de almoço, que se não tiverem dinheiro para pagar uma refeição ficam sem comer”, explica.
A Prefeitura de Santo André informa que está agendada uma reunião com o interventor do sindicato na semana do dia 12 de junho. Nesta reunião será discutida a pauta de reajustes e os devidos encaminhamentos.
Com relação ao vale refeição, a Prefeitura informa que a Companhia Regional de Abastecimento Integrado (Craisa) realizou um estudo prévio de impacto a respeito do benefício e, devido ao alto custo envolvido, uma possível implantação ainda não está em vista. Caso fosse adotado, para cerca de 10 mil funcionários, o impacto anual superaria R$ 50 milhões.
Quanto à qualidade das refeições, hoje fornecidas por empresas terceirizadas, o governo destaca que a Craisa assumiu a produção de dez restaurantes com distribuição de café da manhã, almoço e jantar e que o objetivo até o fim do ano não haver mais refeições distribuídas por terceirizadas.