A novela do pedido de saída de Diadema do Consórcio Intermunicipal Grande ABC ganhou mais um capítulo nesta quinta-feira (25). A Câmara aprovou moção para judicializar o imbróglio. Enquanto isso, o prefeito Lauro Michels (PV) fez novas críticas à formatação da entidade e até chegou a dizer sobre a necessidade do Consórcio ser refundado.
“A fundação na época do (ex-prefeito de Santo André) Celso Daniel (morto em 2002) e do (ex-prefeito de São Caetano Luiz Olinto) Tortorello (falecido em 2004) era a mais correta e é o que eu quero propor, vamos refundar o Consórcio Intermunicipal. O que não dá é para ficarmos com uma carga cara, pagando. Pergunta para qualquer cidadão diademense, aqui, se eles concordam em pagar R$ 220 mil todo o mês (para o Consórcio) ou quer que eu aplique esses R$ 220 mil mensais aqui na cidade, na creche, na pracinha ou em qualquer outra área”, disse o prefeito.
A ideia de Michels é de que o Consórcio volte a ser um local para ideias, fato que aconteceu do início da década de 1990 até 2010 quando houve uma mudança para que a entidade se transformasse em órgão público. Entre os principais questionamentos do verde estão as contrapartidas dos investimentos realizados pelos municípios.
Sobre o pedido de saída que acabou negado pela entidade, por não passar pelo crivo do Legislativo diademense, o chefe do Executivo afirmou que vai continuar não pagando os R$ 200 mil mensais, verba referente ao repasse que deve ser feito em 2017. A intenção do verde é acertar os últimos detalhes para o parcelamento em 72 vezes da dívida do município referente aos últimos cinco anos que está em R$ 8,2 milhões.
Ainda sobre a saída, Michels revelou que o fato já era de conhecimento dos demais prefeitos desde dezembro de 2016, quando em jantar realizado na casa do prefeito de São Bernardo e presidente do Consórcio, Orlando Morando (PSDB), foi anunciada sua intenção. Questionado se outros prefeitos também relataram esta vontade, o diademense relatou os desejos dos chefes dos Executivos de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), e de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB). “Eles (Atila e Auricchio) falaram, mas depois não tocaram no assunto. Eu não posso esperar, então resolvi levar esta questão para frente”, explicou o prefeito de Diadema.
Judicialização
A Câmara de Diadema aprovou durante a sessão desta quinta-feira (25), por 12 votos a sete, moção que pede que a Mesa Diretora faça consulta jurídica para saber quem tem razão sobre o assunto: Lauro Michels que pede a saída sem debate no Legislativo ou o Consórcio que considera que os vereadores devem votar a situação.
Indagado sobre a decisão dos parlamentares, Michels foi taxativo. “Primeiro que a Câmara tem de cuidar da Câmara. É um poder indepedente da Prefeitura. A autonomia do poder está descrita pela Constituição Federal e eu estou exercendo esta autonomia e a Câmara tem de cuidar dela, gerir as coisas dela”, disse o prefeito.