As reformas Trabalhista, Política e da Previdência foram os principais temas abordados durante debate nesta quarta-feira (24), na RDtv, entre o coordenador regional do PT, Carlos Grana; o coordenador regional do PSDB, Márcio Canuto; e o cientista político, Nilton Tristão. A possibilidade de uma eleição para escolha de novo presidente também foi discutida pelos participantes.
Tristão destaca que o Brasil está atrasado quanto à reforma das leis trabalhistas e ressalta que há países com legislações mais duras e que são vistos como bons locais para viver. “É o caso da Inglaterra. Temos que modernizar nossa legislação, pois estamos ficando para trás no cenário mundial. O atual modelo se mostrou ineficiente”, diz.
O tucano concorda com o cientista político e lembra que durante seu primeiro mandato, o então presidente Lula, já falava da necessidade dessas ações. “São reformas necessárias que os últimos governos empurraram para frente. Hoje, a Previdência Social do jeito que está não existirá por muito tempo. O próprio Lula disse que esse é um modelo para a década de 1940”, salienta.
Já o coordenador regional do PT acredita que as reformas, da maneira que foram propostas pelo governo Federal, vão retirar direitos dos trabalhadores. “Temos que fazer essas modernizações, mas não do jeito que foi colocado. As pessoas vão perder 13º salário, entre outros direitos. No outro lado, a reforma da Previdência abrirá espaço para que empresas ofereçam esse direito, mas no setor privado”, afirma.
Eleições diretas ou indiretas
A possibilidade de uma eleição para escolha de um novo presidente da República, caso o atual presidente, Michel Temer (PMDB), saia do governo, esquentou o debate entre os coordenadores regionais petista e tucano.
Caso isso ocorra, a Constituição Federal determina que a Câmara dos Deputados seja transformada em colégio eleitoral, e em 30 dias, ocorreria escolha do novo presidente da República.
Grana acredita que mesmo com as barreiras constitucionais, o melhor caminho são as eleições diretas para que a população possa escolher quem comandará o País nos próximos cinco anos. “Essa é a melhor maneira, pois um colégio eleitoral não escolheria alguém para dar continuidade a esse governo atual”, afirma.
Já Canuto ressalta que uma eleição direta seria onerosa para o País, além de escolher um presidente para apenas um ano. “Temos que cumprir o que determina a lei ao invés de criarmos cenários. É necessário alguém que tenha bom relacionamento com Senado, Câmara e Judiciário para que comecemos a sair da atual situação de crise”, ressalta.
O cientista político ressalta que a eleição direta poderia representar um risco para o Brasil, pois abriria espaço para que salvadores da Pátria com discursos populistas surgissem. “Esse é um cenário perigoso. Precisamos de alguém para unir o País e que consiga tirar o Brasil dessa bagunça”, afirma.