Protestos ofuscam pressão baixista do Fed e ajudam dólar a subir 0,45%

O dólar teve uma sessão bastante volátil nesta quarta-feira, 24, oscilando várias vezes entre os territórios positivo e negativo. No período da tarde, os principais drivers foram a ata da última reunião do Federal Reserve, que no líquido trouxe alguns elementos um pouco mais dovish, e os protestos populares que terminaram em violência na Esplanada dos Ministérios.

O dólar à vista no balcão subiu 0,45%, fechando a R$ 3,2803, após oscilar entre a mínima de R$ 3,2490 (-0,50%) e a máxima de R$ 3,2829 (+0,68%). O giro registrado pela clearing de câmbio da B3 foi de US$ 1,611 bilhão. O dólar futuro para junho avançava 0,27% por volta das 17h15, a R$ 3,2865. O volume de negócios era de US$ 19,555 bilhões. No exterior, o dólar caía ante a maioria das outras moedas emergentes e de países exportadores de commodities, como o rand sul-africano (-1,06%), o peso mexicano (-0,91%) e o dólar canadense (-0,74%).

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No meio da tarde, o dólar perdeu força após a divulgação da ata do Federal Reserve. Apesar de os membros do banco central norte-americano afirmarem que podem elevar os juros “em breve” e terem discutido um plano para a redução do balanço patrimonial, há alguns pontos dovish. “Vários” membros veem riscos de queda para a perspectiva de inflação e a equipe técnica prevê a inflação subindo muito gradualmente nos próximos anos, ficando “marginalmente” abaixo da meta de 2% em 2019.

A autoridade também revisou para baixo sua estimativa de pleno emprego, o que pode sugerir que o mercado de trabalho não está tão apertado como se imaginava. Além disso, alguns analistas apontam que, se fosse para subir os juros em junho, como espera o mercado, o Fed teria de ter sinalizado isso de maneira mais forte agora. “Acredito que a ata foi de neutra para dovish. Ela consolida a leitura de mais dois aumentos de juros este ano e a intenção de reduzir o balanço”, comenta o operador da H.Commcor Cleber Alessie Machado.

Já no fim do dia, o dólar renovou máximas, em meio às cenas de quebra-quebra em Brasília. Protesto das centrais sindicais contra o presidente Michel Temer terminou em repressão forte da polícia e depredação de diversos prédios de ministérios. “O dia foi bastante volátil. No fim do pregão esses protestos acabaram estressando um pouco”, reforça o operador de uma corretora paulista. Na Câmara, que tentava votar a convalidação de incentivos fiscais dados pelos Estados, o clima também esquentou, com oposicionistas tomando a área da Mesa Diretora e muito empurra-empurra no plenário.

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