Por nove votos a oito, a Câmara de Ribeirão Pires rejeitou as contas do ex-prefeito Clóvis Volpi (sem partido), durante a sessão desta terça-feira (23). O ex-gestor do município disse questionou a falta de prazo para se defender e afirmou que entrará na Justiça para anular o trabalho do Legislativo. “Está é uma história para durar cinco ou seis anos”, disse Volpi que vê possibilidade de ser candidato nas próximas eleições.
Em 12 minutos os vereadores debateram e votaram o parecer técnico do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) que considerou irregulares as contas referentes ao ano de 2012, último ano de Volpi à frente do Paço ribeirão-pirense. Apenas dois legisladores resolveram discutir o projeto de decreto legislativo.
Edson Savietto, o Banha (PPS), foi à tribuna defender o ex-prefeito. “O Tribunal questionou, por exemplo, a contratação de enfermeiros, o que deixa claro que não houve má fé do Volpi. Ele preferiu não deixar as pessoas sem atendimento. Por isso que votarei favorável ao ex-prefeito”, explicou.
Na sequência, Amaury Dias (PV) falou sobre sua amizade e sua admiração pelas gestões de Clóvis Volpi, porém alegou que iria votar com “a razão” e que por isso seguiria o parecer técnico do Judiciário que rejeitou as contas.
Na votação foram nove votos favoráveis a rejeição das contas: Amaury Dias; Rato Teixeira (PTB); Danilo da Sopa (PSB); Edmar Oldani, o Edmar-eurocar (PV); Flávio Gomes (PPS); Amigão D’orto (PTC); José Nelson Paixão (PPS); Rogério do Açougue (PSB); e o presidente da Casa, Rubens Fernandes, o Rubão (PSD).
Oito votaram pela aprovação das contas: Anselmo Martins (PR); Arnaldo Sapateiro (PSB); Banha; João da Silva Lessa (PSDB); José Geraldo (PSC); José Nelson de Barros (PMDB); Professor Paulo César (PMDB); e o líder de governo, Silvino Dias (PRB).
Recurso
Em entrevista coletiva, Clóvis Volpi questionou a forma em que o processo transcorreu na Câmara. Sua principal reclamação é de que a votação ocorreu antes que pudesse apresentar sua defesa. “Eu tinha até as 17h para entregar a defesa, porém a votação foi as 14h, ou seja, não me deram a chance de me defender. Existe um parecer do STF (Superior Tribunal Federal) dizendo que não se pode fazer um julgamento de contas de prefeito sem antes a parte apresentar a defesa”, explicou o ex-prefeito que vai entrar com recurso.
Por causa da judicialização, Volpi considera que sua ilegibilidade de oito anos será momentânea e já vislumbra uma possível candidatura a deputado (não especificou se a estadual ou federal) em 2018 ou a prefeito em 2020. “Tenho o convite de três partidos que estou analisando com calma para ver qual vai ser a minha opção”, concluiu.