Moradores da comunidade Pernambuco, localizada próximo a Cidade São Jorge, em Santo André, afirmam que tiveram atendimento negado na unidade de saúde do bairro. O problema teria ocorrido por conta de não terem como comprovar endereço de residência e estarem sem cadastrado no posto.
Entre os que passaram pelo problema está à manicure Maria Janicleide Menezes Santos, que buscou atendimento médico para a filha, que sofre de epilepsia. Ela relata que além da negativa, foi mal atendida no posto.
Além da negativa de atendimento, relata que não houve orientação de como conseguir a consulta. “Ainda me disseram que onde moro não é lugar de gente. Não estou na comunidade porque quero, mas sim por não ter condições de ir para outro local”, protesta.
Maria afirma que saiu chorando da unidade tanto por ter sido insultada quanto pela negativa de atendimento. “Busquei um médico no posto do Parque Miami e lá consegui uma consulta com o médico”, afirma. Porém, para chegar até o local, a manicure precisou pegar dois ônibus, além de demorar cerca de uma hora no percurso.
Outra moradora que não conseguiu ser atendida pela equipe de saúde da unidade da Cidade São Jorge é ajudante geral, Magna Regina dos Santos Camilo, que no momento faz pré-natal, no Hospital da Mulher, no Parque Novo Oratório.
Para chegar da sua residência até o hospital, Magna tem que pegar dois ônibus. “Eu iniciei o procedimento lá, pois morava de aluguel ali perto. Porém, meu marido ficou desempregado e tivemos que sair. A opção foi vir para a comunidade. Tentei passar com o médico no posto da Cidade São Jorge, mas negaram porque eu não tinha comprovante de residência”, relata.
Além disso, as moradoras afirmam que os agentes de saúde do posto não visitam as residências da comunidade e foram informadas de que cada um já tem uma cota de famílias para visitas.
A Prefeitura de Santo André informa que não há nenhuma determinação para que o atendimento seja negado e que a comunidade, localizada em área de ocupação, não faz parte da área de abrangência de atuação das equipes de Estratégia Saúde da Família, pois cada agente comunitário de saúde (ACS) é responsável por um determinado número de pessoas, não podendo exceder a quantidade de pessoas/famílias cadastradas, conforme as diretrizes do Ministério da Saúde. Porém, uma das metas da Secretaria da Saúde é a ampliação da cobertura dessa Estratégia, assim todas essas famílias seriam cadastradas e acompanhadas pela equipe.