Com a posse prevista neste sábado (20/05), o novo presidente do PT de Mauá, Getúlio Júnior, conhecido como Juninho, substitui a atual mandatária e concorrente derrotada no PED (Processo de Eleição Direta), Cida Maia, com objetivo de juntar os cacos no petismo da cidade. O petista reconhece que antes de fazer oposição ao atual governo do prefeito Atila Jacomussi (PSB), tem pela frente a meta de reaproximar o partido aos interesses dos mauaenses.
A posse de Juninho no PT também representa uma vitória do grupo político do ex-prefeito Oswaldo Dias (PT), preterido quanto a espaço no governo pelo sucessor e candidato à reeleição derrotado, no ano passado, Donisete Braga (PT). Cida, por sua vez, é ligada ao grupo do ex-vice-prefeito Paulo Eugenio Pereira Junior, enfraquecido pelos fracassos eleitorais de 2014 para deputado estadual e 2016 a vereador.
No entanto, a última gestão petista mais rachou o partido do que o fortaleceu. Em 2012, a legenda elegeu cinco vereadores, número que caiu apenas para uma cadeira no Legislativo no último pleito, hoje ocupada por Marcelo Oliveira (PT). Por discordâncias com Donisete, a sigla também perdeu o ex-vereador Rogério Santana para Rede e o ex-vice-prefeito Márcio Chaves para o PSD.
Em entrevista ao RDtv desta sexta-feira (19), Juninho (foto) reconhece que terá uma árdua tarefa pela frente, não apenas de unificação do partido, como também de fazer com que o PT recupere a sua força perante a população. “O desafio maior do PT é voltar às suas bases, na periferia, debater com os movimentos sociais, debater com a população”, pontua.
Juninho admite que houve erros na gestão Donisete, entre os problemas, a polêmica licitação pela concessão das linhas municipais de ônibus em 2014, que resultou na retirada da Leblon das ruas de Mauá. “No caso do transporte, foi um erro da gestão Donisete quanto à retirada da Leblon, porque ela tinha 90% de aprovação da população”, diz.
Com as eleições de 2018 no horizonte, Juninho não crava nomes, mas não deixa de lado as forças internas como Donisete, Marcelo, Paulo Eugenio e nem Oswaldo, apesar de seus 74 anos, como opções para as cadeiras de deputados estadual e federal. O novo comandante petista deve iniciar as discussões para o próximo pleito ainda neste ano. Em relação à possível saída de Donisete do PT, Juninho ainda não conversou com o ex-prefeito, embora não acredite em sua desfiliação.
Outra tarefa do novo diretório do PT mauaense é fazer frente a Atila nesses próximos três anos e meio, embora Juninho prefira esperar. “Não é o momento de cobrá-lo o que ele prometeu, pois ainda é cedo, mas uma hora teremos de cobrar. (…) Na oposição, vamos fazê-la de forma qualificada e cobrar do Executivo as promessas de campanha”, avalia.