Moradores do Jardim Paraíso, em Santo André, voltaram a fazer protesto nesta quinta-feira (18), na Câmara, contra a mudança do Centro POP (Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua), mais conhecido como Casa Amarela. A intenção do Executivo é levar o serviço do bairro Casa Branca, região central da cidade, para o bairro Paraíso nos próximos meses.
A esteticista Irene Carvalho explica que os moradores foram acusados nas redes sociais de fazerem politicagem com o assunto, depois da postagem de um texto em que a equipe do prefeito Paulo Serra respondeu que “não há motivo para isso (protestos) a não ser a politicagem que está sendo feita sobre um boato baseado em um estudo que está muito longe de ser concluído”.
Segundo a moradora, houve três reuniões sobre o assunto entre representantes do bairro e o Executivo, nas quais “tentaram nos convencer de que essa mudança é possível. Agora nos acusam de politicagem e mostram que não estão nos levando a sério”, protesta.
Essa é a terceira vez que os moradores comparecem ao Legislativo para protestar contra a possível ação do governo. “O bairro é uma região adensada e sem os serviços necessários para esse público”, diz a moradora.
O vereador Eduardo Leite (PT) protocolou requerimento para que o secretário de Inclusão Social de Santo André, Marcelo Delsir, compareça ao Legislativo para esclarecer o que será feito com o serviço. “O Executivo tem de se posicionar de forma clara sobre o assunto e explicar aos moradores o que será feito do serviço. Se permanece onde está ou se haverá mudanças”, diz.
O vereador Fábio Lopes (PPS), no entanto, lembra que já houve reunião entre uma comissão de moradores e o secretário de Inclusão Social, na qual foram apresentadas dúvidas sobre o assunto. “A Pasta tem 30 dias para dar as respostas e esse tempo está vigente. Não há necessidade de protestos, pois o que ocorre ainda é um estudo de viabilidade dessa mudança”, explica.
Clube de Campo
Moradores do Clube de Campo também estiveram na Câmara para protestar contra a demolição de moradias no bairro. “Há um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), do Ministério Público Estadual, exigindo que não haja edificações em 30% dos terrenos de mil metros quadrados. O que não ocorre no local”, explica o morador, Almir Correia.
O munícipe afirma que os moradores já recebem notificações para demolição dos imóveis, mas ainda não foram informados sobre possível data para a ação. “São pessoas que compraram os lotes e desconhecem a lei e, portanto, não sabem como proceder em uma situação igual a essa. Precisamos que a Prefeitura nos ajude nesse problema”, ressalta.
Na oportunidade foram formadas duas comissões, uma de moradores e outra com oito vereadores para interlocução com o Executivo. “Não podemos fechar os olhos para essas pessoas. São moradores que têm um problema e não sabem como lidar. Temos de verificar como o Executivo pode ajudar”, afirma a vereadora, Bete Siraque (PT), que sugeriu a criação das comissões.