O grupo ligado ao prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), protocolou uma chapa na eleição interna que decidirá o comando provisório do tucanato em Diadema. Questionado sobre uma possível saída da base aliada do governo de Lauro Michels (PV), caso esse grupo vença, o coordenador regional da legenda, Márcio Canuto, afirmou que o assunto só será tratado após a disputa interna. Ainda não existe uma data para a decisão.
Ainda não existe um nome para encabeçar a chapa do chefe do Executivo de São Bernardo, segundo Canuto, Morando está buscando “um nome que não seja ligado a política, um empresário da cidade”. Segundo informações dos bastidores, a presença do são-bernardense no grupo que está articulando a disputa fez com que a executiva estadual do PSDB deixasse qualquer tipo de articulação sobre o assunto.
A princípio protocolaram seus nomes na eleição do PSDB de Diadema o atual secretário de Segurança Alimentar, Atevaldo Leitão, apoiado pelo ex-vereador e atual assessor especial da Prefeitura, José Dourado, e o ex-prefeito José Augusto da Silva Ramos. O segundo nome na disputa é de Alexandre Diniz que em 2016 foi candidato a vereador pelo PSB, partido comandado pelo primo do prefeito diademense e presidente da Câmara, Marcos Michels.
A entrada do grupo de Orlando Morando é encarada nos bastidores também como uma forma do partido decidir se vai mantar ou não o apoio a atual gestão diademense. “Ainda não falamos sobre esse assunto, têm algumas pessoas que pensam desse jeito (sobre uma possível saída do governo), mas só falaremos sobre esse assunto após ter o comando do partido no município. Assim faremos uma avaliação das possibilidades”, explicou Canuto.
Orlando Morando e Lauro Michels não estão escondendo as críticas que um tem do outro, principalmente após o pedido de saída de Diadema do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, que não foi aceito pela direção jurídica da entidade regional, fato que o verde não gostou. Michels criticou algumas decisões da gestão de Morando no Consórcio como a instalação de um escritório em Brasília. Enquanto isso, Morando considera que Michels não fez as mesmas críticas quando o grupo era comandado pelo ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho (PT).
Outro ponto na disputa interna do PSDB em Diadema é o enfraquecimento da legenda desde o período pré-eleitoral de 2016. Os tucanos queriam indicar o candidato a vice-prefeito na chapa de Lauro Michels. Dois nomes foram colocados, José Dourado e Maridite Custódio, mas ambos foram colocados de lado e o verde optou por uma chapa pura com Márcio da Farmácia (PV).
Mesmo com a decisão o PSDB manteve seu apoio a Michels, mas sem um grande holofote, o partido perdeu as duas cadeiras que tinha na Câmara com Dourado e José Augusto, e não conseguiu emplacar o nome de Leitão que era suplente, mas exerceu a função de vereador no lugar de Augusto que ficou por três anos e três meses como secretário de Saúde.
O fato fez com a executiva estadual dissolvesse a direção do tucanato em Diadema que era liderada por José Augusto – o que aconteceu em dezembro de 2016. A intenção é colocar nomes novos para “rejuvenescer” a legenda. A princípio a decisão aconteceria no último dia 11, porém a data não foi confirmada, pois ainda se espera uma reunião da direção estadual para conversar sobre o assunto. Está reunião não foi marcada ainda.