As linhas da Metra, concessionária que opera com os trólebus no Corredor Metropolitano, começaram a circular no início da tarde desta sexta-feira (28). Os veículos não puderam circular pela manhã por conta de bloqueios na Avenida Piraporinha, em São Bernardo, próximo a garagem dos ônibus.
As 12 linhas da Concessionária Metra iniciaram a saída às 13h, com apoio de policiamento. A estimativa é que até o final da tarde a situação esteja normalizada.
Já o Sindicato dos Rodoviários do ABC informou que as linhas municipais também iriam voltar a circular. Em Rio Grande da Serra, o transporte público funcionou normalmente, pois a empresa que atende a cidade, não aderiu à greve.
A Empresa Metropolitana de Transporte Urbano (EMTU) informa que as 100 linhas das 16 permissionárias que operam na Região estão paralisadas. As empresas operam com cerca de 800 ônibus e transportam diariamente em torno de 270 mil usuários.
Mesmo com uma liminar obtida pelo Estado de São Paulo, que garante o direito de locomoção dos cidadãos e determina que os sindicatos se abstenham de promover a greve total ou parcial dos serviços públicos de transporte metroviário e ferroviário, muitas empresas de ônibus não operaram no início da manhã no ABC.
Cerca de 200 agências bancárias na Região permaneceram fechadas. A paralisação afetou principalmente a região central dos municípios. Nos bairros, os bancos funcionaram normalmente.
No início da manhã linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) circularam parcialmente. Já os trens do Metrô também operam parcialmente com circulação nas linhas Azul, entre as estações Luz e Paraíso, Lilás e Amarela, que funciona normalmente.
A greve geral convocada pelas centrais sindicais e movimentos sociais contra a reforma da Previdência e Trabalhista impactou em vários setores como transporte público, educação, bancários e metalúrgicos, que aderiram as paralisações.
Municípios
Em Santo André, durante a madrugada houve confronto entre policiais e manifestantes, que bloquearam as duas pistas da Avenida dos Estados, na altura do cruzamento com a Rua Antonio Cardoso.
Os manifestantes atearam fogo em pneus para bloquear a via e os policiais usaram bombas de gás lacrimogênio para dispersar a manifestação e liberar a avenida. Porém, a Prefeitura informa que não houve registro de trânsito intenso nas vias e não houve prejuízo na prestação de serviços. Ainda em Santo André muitos comércios da Coronel Oliveira Lima ficaram com as portas fechadas. Até as 17h, a estação de trem da CPTM, prefeito Celso Daniel, permanecia fechada com policiamento reforçado.
“Ficamos com receito de ficar com o comércio aberto. Complicado porque tivemos queda de faturamento, não conseguímos vender nada hoje”, lamenta Clarice Quirino, proprietária de lanchonete próxima à estação de trem.
O comerciante, Silas Souza afirma que teve prejuízo de cerca de 60% com a queda de movimento em seu estabelecimento. “Se continuar fraco, devo fechar mais cedo”, afirma.
Em São Bernardo a situação não foi diferente, apesar da maioria do comércio abrir as portas, corredores importantes como o da rua Marechal Deodoro tiveram movimento bem abaixo do volume normal. A Prefeitura informa que houve impacto na rotina, mas a situação foi normalizada no período da tarde. A maior parte das ausências de funcionários foi registrado no setor da Educação, entretanto nenhum serviço ou repartição pública foi afetado.
Já em Diadema, 65% dos servidores municipais trabalharam normalmente nesta sexta, afetando serviços públicos. Na área da educação, por exemplo, das 62 escolas municipais, 12 não funcionaram e 50 tiveram paralisação parcial. Mas os responsáveis pelos alunos foram avisados antecipadamente se a escola e o professor iriam aderir à paralisação para que os mesmos pudessem se organizar e optar por levar ou não o estudante para a aula. Já no setor de Transportes, o trânsito fluiu normalmente e os ônibus das linhas municipais não circularam nesta data.
Em Mauá também houve manifestação, mas sem registro de confrontos. Para diminuir possíveis transtornos, todas as equipes de agentes de trânsito do município estão atuando para auxiliar motoristas. Também não houve congestionamento acima da média em nenhum ponto.
Os serviços da Prefeitura de Ribeirão Pires também funcionaram normalmente. Os servidores públicos municipais que foram prejudicados pela falta de transporte para chegar ao local de trabalho poderão justificar a falta, apresentando as razões para o não comparecimento. As faltas justificadas serão avaliadas pelas secretarias.