Depois das câmaras de Rio Grande da Serra, São Bernardo e São Caetano, o próximo Legislativo que passará por reforma administrativa será Diadema. Pelo menos é o que deseja o presidente da Casa, Marcos Michels (PSB). Em declaração dada após a sessão desta quinta-feira (27), o socialista indicou que caso não haja um movimento de economia no parlamento diademense, uma ‘bomba’ pode estourar em 2018.
A preocupação começa com a falta de condições para reajustar os salários dos funcionários do Legislativo. Michels afirma que dificilmente conseguirá atender o pedido mínimo que é de 4,76%, assim colocando um cenário parecido com o de 2016 quando a mesa diretora da Casa diademense deu reajuste de 3% em vez da inflação que estava em torno dos 9%.
Com está situação, o vereador considera que o ideal seja implantar uma reforma administrativa na Câmara. “Já conversei com um bom número de vereadores e muitos concordam com isso. Só temos de ver como faremos isso. Se vamos cortar um assessor por gabinete, se vamos reorganizar os cargos, o organograma, mas temos que fazer algo, pois uma bomba pode estourar já em 2018 e não podemos deixar”, explicou.
Uma das bases que podem ser usadas no projeto são os apontamentos do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP). Entre as indicações estão o corte no número de assessores e também o pagamento de algumas gratificações. Além disso, existe a possibilidade do corte da licença prêmio, seguindo a linha da Prefeitura que não paga o valor há alguns anos. Segundo Marcos Michels, 16 funcionários já deram entrada no pedido do valor, mas até o momento ninguém foi atendido.
O orçamento da Casa para 2017 está estimado em R$ 34 milhões, apesar de a expectativa ser de R$ 33,1 milhões. A estimativa da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2018 é de que o Legistivo de Diadema tenha R$ 1 milhão a mais. “Mesmo assim poderia terminar com um valor negativo, caso dê, por exemplo, 7% de reajuste”, concluiu.
As negociações entre a Câmara diademense e o Sindema (Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema) acontecem sem problemas. Na semana passada, em entrevista ao RD, o presidente da entidade, José Aparecido da Silva, o Neno, indicava que o Legislativo conseguiria emplacar o índice da inflação como reajuste, ou seja, os 4,76%.