Esperando por uma decisão judicial que permita, no mínimo, a conclusão da obra do Museu do Trabalho e do Trabalhador, o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), fez uma vistoria no local nesta terça-feira (25). Em meio a críticas à gestão do ex-prefeito Luiz Marinho (PT), o tucano garantiu que ainda não desistiu da ideia de transformar o local em uma ‘Fábrica de Cultura’, mesmo observando as dificuldades do prédio em ter espaços para aulas.
A visita ao local aconteceu após uma liminar ser expedida pela Justiça Federal, que não apenas permitiu a vistoria, mas também autorizou a Prefeitura para que faça a segurança do prédio em conjunto com a Construções e Incorporações CEI, empresa responsável pela obra. “Eu não posso terminar a obra ainda, mas é necessária essa visita. Eu não conhecia o local e precisava ver como estava”, disse o prefeito que considerou a obra “estranha”.
Além da não conclusão do equipamento – que deveria ser entregue em 2013, Morando também criticou a parte arquitetônica do local, principalmente a falta iluminação natural nas áreas que a princípio receberiam as exposições. A falta de janelas para ventilação natural também foi alvo de críticas do prefeito são-bernardense.
A obra do Museu do Trabalho e do Trabalhador está parada desde o ano passado, por dois motivos. O primeiro é a falta de verba alegada pela gestão passada para sua conclusão. A segunda foi a deflagração da operação Hefesta, da Polícia Federal, deflagrada em 2016 e que investiga o suposto desvio de R$ 7,9 milhões o projeto.
Além de pessoas ligadas a empresa responsável pela obra, foram presos os então secretários de Cultura, Osvaldo de Oliveira Neto, e de Obras, Alfredo Luís Buso. Desde as prisões, a justiça não permitiu qualquer tipo de acesso ao local por parte da Prefeitura. Uma perícia foi feita pela Polícia Federal neste ano para avaliação do que foi realizado até então.
Orlando Morando revelou que existe no caixa do Executivo R$ 4 milhões para a conclusão da obra, mas a verba está congelada até a finalização das investigações. Sobre a construção da ‘Fabrica de Cultura’, as conversas não seguiram junto ao Governo Estadual por ainda não existir uma solução judicial para o caso.
Durante a campanha eleitoral de 2016, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou não ver a necessidade de uma ‘Fábrica’ no local, pois uma sede está sendo construída em Diadema. Mesmo com essa situação, Morando não desistiu da transformação do local.
Críticas
“Essa obra do ‘Museu do Lula’ é um exemplo daquilo que recebi da última gestão. Só tem obras atrasadas. Aqui (Museu) era para ser entregue em 2013. O Centro Seco em 2015, 2016, junto com o corredor Leste-Oeste. Não tem nenhuma obra atrasada desta gestão, apenas da gestão passada”, criticou o chefe do Executivo são-bernardense.
Outra obra que está na mira de Orlando Morando é a conclusão do projeto Drenar, na área central. Uma auditoria está sendo realizada para verificar possíveis irregularidades e a intenção do tucano é cobrar a OAS – responsável pela obra, de concluí-la com a verba existente. O ritmo da obra está “lento”, segundo o prefeito.