Instaurada há quase dois meses na Câmara de São Bernardo, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Lixo ainda não demonstrou para o que veio. A população ainda espera para saber se a comissão servirá para trazer melhoras para os serviços de coleta de lixo no município ou se é apenas um trampolim para bancar uma disputa política entre os membros do atual governo são-bernardense e os antigos líderes da cidade.
A CPI surgiu no Legislativo – com apoio unânime dos vereadores – no momento em que o prefeito Orlando Morando (PSDB) declarou em alto e bom som que iria rescindir o contrato com o Consórcio SBC Valorização de Resíduos Revita e Lara, alegando “vícios” no contrato. O tucano chegou a entrar com o pedido de rescisão, porém acabou impedido pela Justiça de seguir com o trâmite.
Sobre o contrato, o único ponto ainda questionado na CPI é a não construção de uma usina de lixo no bairro Alvarenga, algo que já deveria ter saído do papel. A obra depende da licença ambiental da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). O imbróglio gera dúvidas sobre os principais motivos para a existência da Comissão Parlamentar de Inquérito.
Enquanto isso, uma crise ronda o Paço de São Bernardo. A dívida da Prefeitura com o Consórcio já acumula R$ 80 milhões e caminha para os R$ 92,5 milhões, caso o Executivo não faça novamente o repasse em abril. A empresa, que já passou por uma greve neste ano, pode passar por outra, pois alegará que não terá dinheiro para pagar os salários dos funcionários. A consequência sobrará mais uma vez para o morador.
O RD preparou material especial nesta edição sobre o caso. (veja aqui) Falta, entretanto, o prefeito Orlando Morando esclarecer ao cidadão são-bernardense, de forma transparente, quais são os planos para o importante serviço.