Uma confusão entre um funcionário comissionado da Prefeitura de Diadema e o vereador Josa Queiroz (PT) marcou a sessão desta quinta-feira (30), na Câmara. O petista acusou Edemilson Batista de Souza, conhecido como Bahia, de tê-lo ameaçado durante os trabalhos da Casa. Os legisladores aprovaram um requerimento para convocar o chefe imediato para que dê explicações da presença do funcionário no local. O fato pode acabar na ida do prefeito Lauro Michels (PV) ao Legislativo.
A confusão começou quando Juraci Fernandes Barbalho, 54 anos, e José Manuel Barros, 64 anos, foram reclamar na Casa sobre as promessas, segundo os munícipes, não cumpridas por Michels em relação à revitalização do Terminal de Ônibus localizado no bairro Eldorado. Em meio à fala, ambos reconheceram Bahia como o interlocutor entre os munícipes e o prefeito em 2012, e reclamaram do fato de o funcionário ter “sumido”.
Bahia retrucou, chegando dizer o endereço de onde poderia ser encontrado. Josa Queiroz pediu para que o funcionário comissionado não interrompesse Juraci, então Bahia, segundo o petista, teria falado. “Vamos lá fora resolver esta situação”. Queiroz considerou que a frase era uma ameaça e pediu para que Edemilson se retirasse da Câmara, lembrando a todos de que se tratava de um funcionário comissionado da Prefeitura. Bahia se retirou do local.
Na sequência, Josa afirmou que queria explicações sobre a presença do comissionado na Casa e junto com outros vereadores chegou a dizer que sairia do plenário caso não houvesse resposta. Minutos depois foi descoberto que Edemilson é assessor de gabinete, alocado no gabinete do prefeito, ou seja, Lauro Michels é o seu chefe imediato.
Convocação
Na sequência da sessão, os vereadores de oposição tentaram emplacar um requerimento para convocar Michels. Governistas tentavam evitar a situação, mesmo afirmando na tribuna que gostariam de esclarecer a situação. No final, acabou aprovada a convocação do chefe imediato de Edemilson Batista de Souza, porém sem especificar quem seria esta pessoa.
“Eu quero saber o que este cidadão (Bahia) estava fazendo aqui na Câmara em um horário que seria de expediente. Essa não é a primeira vez que acontece, mas ele não pode vir aqui em horário de expediente e ameaçar. Quero as explicações do Executivo sobre esse caso. A situação só piora quando você vê que é um assessor direto do prefeito”, disse Queiroz.
“Esta situação já aconteceu outras vezes aqui na Casa, todos nós queremos explicações sobre o assunto e vamos esclarecer. Não é bom que tenha acontecido isso, é claro, mas agora também pode colocar um limite para todo mundo em relação ao comportamento”, disse o presidente da Câmara, Marcos Michels (PSB).