A mais antiga escola municipal de São Caetano, Profª Alcina Dantas Feijão, completa no dia 8 de março 50 anos de fundação. Com 1,8 mil estudantes, espalhados entre os ensino fundamental, médio e técnico profissionalizante, manhã, tarde e noite, a escola, que ganhou até selo alusivo à data, luta para resgatar a liderança no ranking de instituição de ensino melhor qualificada do ABC. Enquanto isso, ensaia as atividades que marcarão as bodas de ouro, como o enterro de uma cápsula do tempo no jardim, com fotos e cartas de alunos, que deverá ser aberta somente em 2067.
Uma roda de samba de raiz, composta por seis estudantes, com atividade lúdica, abrem as comemorações no dia 8, quando haverá, ainda, aula de axé ministrada pelo professor Leandro Melão, ex-aluno da escola, que ganhou até logo comemorativo. As atividades seguem até 26 de abril, depois ocorrem eventos pontuais durante todo 2017 em comemoração aos 50 anos. Entre os ex-alunos que devem participar da programação estão Fernanda Bianchini, presidente da Cia. Ballet de Cegos, de São Paulo, e João Manoel, secretário de Cultura de São Caetano.
Escola modelo
Autarquia desde 1978 e referência de ensino do País, o Alcina tenta recuperar o prestígio de anos atrás. Este é o desafio de Maiberte Brogliato (foto), diretora. Para a educadora, o bom desempenho residia no fato de a escola gerenciar na época os proprios recursos, com auxílio da Prefeitura. “Com a municipalização, a escola seguiu uma linha, com currículo unificado a outras escolas, e atividades direcionadas que obrigaram o Alcina se adaptar, agora a luta é fazer a escola voltar a ser modelo”, diz a diretora.
No IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), as últimas conquistas do Alcina foi em 2009 e 2011, quando foi apontada a melhor escola pública paulista, respectivamente no ciclo 2 e ciclo 1 do ensino fundamental.
No ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio, alcançou em 2010 a melhor a nota enquanto instituição de ensino público e não técnica de São Paulo. A média obtida pela instituição foi de 618,27, valor acima da média geral obtida pelos estudantes de toda rede pública do Estado. Em 2011, repetiu o feito com a melhor nota (550,67) no Exame, na mesma categoria.
Thiffani Valeriano, ex-aluna, lembra que o Alcina foi primeira opção de escola em São Caetano. “Na época todos queriam estudar no Alcina, tínhamos de estar preparados para passar no vestibulinho e no final fazer a monografia e os trabalhos de conclusão. Acho que perdeu um pouco, pela reclassificação difícil”, conta.
A ex-aluna também lembra da tragédia que o pequeno Davi Mota Nogueira, um aluno de 10 anos, que atirou na professora antes de cometer suicídio, em setembro de 2011. “Lembro que a escola parou por uns dias e teve uma mobilização em homenagem ao Davi. Até hoje tem uma madeira branca na escola com frase escrita em homenagem a ele”, diz. Ao lembrar do fato, Maiberte ressalta que a tragédia foi o marco mais triste da história dos 50 anos do Alcina. “Ficará para sempre na nossa história aqui”, diz.
Estrutura
Em 1967, a escola foi fundada com o nome de Ginásio Comercial Municipal de São Caetano, depois incluiu o ensino técnico na grade e, assim, ganhou a nomenclatura EME Profª Alcina Dantas Feijão. Ao todo, são 30 salas de ensino médio, no período da manhã, 21 salas de ensino fundamental no período da tarde e, à noite, cursos técnicos profissionalizantes de Administração, Logística, Publicidade e Tecnologia de Informação.
(Colaborou Amanda Lemos)